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Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP

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Ao observar o trecho acima, verificamos que no turno PP(2) é apresentada uma<br />

característica do 2F, “a sala é participativa” e partindo dessa premissa percebi que o presente<br />

diálogo está apoiado em uma seqüência argumentativa, que é de suma importância, uma vez que<br />

a formação dos professores e coordenadores se constrói através de um trabalho de reflexividade<br />

crítica sobre a prática, ou seja é necessário revisar criticamente nossas ações através da reflexão<br />

(Nóvoa, 1995; Liberali, 2004). Nesse sentido, o coordenador pedagógico está construindo a<br />

planilha de perfil da sala, que servirá de orientação para o transcorrer de todo o conselho de<br />

classe.<br />

Vale ressaltar que o contra-argumento apresentado em PQ (3) está apoiado na conversa<br />

dos alunos. Porém, quando o coordenador vai completar esse comentário, a PQ(5) contra<br />

argumenta, relatando que os alunos são produtivos. Novamente em PF (14), percebi que os<br />

professores categorizam as salas em dois pólos diferenciados (boa ou ruim), determinando essa<br />

como uma sala boa, justificando tal característica por PP(15) (“... eles prestam atenção,<br />

questionam.”). No entanto, não temos conclusão mas sim, uma nova tese em CP(16) sobre a<br />

socialização de uma aluna com os colegas da sala de aula : (“ e a Ana Paula, como é que a gente<br />

faz com eles?”)<br />

No CP (4) e (6) constatei uma tentativa de compreender as ações. Porém apresenta uma<br />

transformação pouco consistente, uma vez que as perguntas propostas pelo coordenador<br />

pedagógico não levam os professores a verbalizarem suportes argumentativos em suas<br />

enunciações, (...”o que mais?”). Acredito que a falta de mais contra-argumentos possibilita uma<br />

discussão somente com perguntas que avaliam. Mas esse trecho demonstra um primeiro passo<br />

para uma ação colaborativa dentro do conselho de classe, já que estas práticas são contextos de<br />

ação onde os participantes da interação questionam ações dos interlocutores, são questionados e,<br />

à luz das razões dos argumentos, retomam teorias, escolhas e compreensões que foram<br />

questionadas por um interlocutor. (Magalhães, 2002).<br />

Nesse sentido, ocorre um caminho para uma transformação e percebi uma preocupação<br />

do coordenador em lembrar os professores sobre a utilização do artefato novo, ou seja, da<br />

planilha reflexiva. Porém, notei nos excertos abaixo , após o processo argumentativo conduzido<br />

pelo coordenador, com a utilização da planilha reflexiva, que o coordenador pedagógico não se<br />

preocupou em verbalizar o resultado, deixando uma incógnita sobre a aprovação ou não do aluno.

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