Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP
Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP
Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
126<br />
Ao observar o trecho acima, verificamos que no turno PP(2) é apresentada uma<br />
característica do 2F, “a sala é participativa” e partindo dessa premissa percebi que o presente<br />
diálogo está apoiado em uma seqüência argumentativa, que é de suma importância, uma vez que<br />
a formação dos professores e coordenadores se constrói através de um trabalho de reflexividade<br />
crítica sobre a prática, ou seja é necessário revisar criticamente nossas ações através da reflexão<br />
(Nóvoa, 1995; Liberali, 2004). Nesse sentido, o coordenador pedagógico está construindo a<br />
planilha de perfil da sala, que servirá de orientação para o transcorrer de todo o conselho de<br />
classe.<br />
Vale ressaltar que o contra-argumento apresentado em PQ (3) está apoiado na conversa<br />
dos alunos. Porém, quando o coordenador vai completar esse comentário, a PQ(5) contra<br />
argumenta, relatando que os alunos são produtivos. Novamente em PF (14), percebi que os<br />
professores categorizam as salas em dois pólos diferenciados (boa ou ruim), determinando essa<br />
como uma sala boa, justificando tal característica por PP(15) (“... eles prestam atenção,<br />
questionam.”). No entanto, não temos conclusão mas sim, uma nova tese em CP(16) sobre a<br />
socialização de uma aluna com os colegas da sala de aula : (“ e a Ana Paula, como é que a gente<br />
faz com eles?”)<br />
No CP (4) e (6) constatei uma tentativa de compreender as ações. Porém apresenta uma<br />
transformação pouco consistente, uma vez que as perguntas propostas pelo coordenador<br />
pedagógico não levam os professores a verbalizarem suportes argumentativos em suas<br />
enunciações, (...”o que mais?”). Acredito que a falta de mais contra-argumentos possibilita uma<br />
discussão somente com perguntas que avaliam. Mas esse trecho demonstra um primeiro passo<br />
para uma ação colaborativa dentro do conselho de classe, já que estas práticas são contextos de<br />
ação onde os participantes da interação questionam ações dos interlocutores, são questionados e,<br />
à luz das razões dos argumentos, retomam teorias, escolhas e compreensões que foram<br />
questionadas por um interlocutor. (Magalhães, 2002).<br />
Nesse sentido, ocorre um caminho para uma transformação e percebi uma preocupação<br />
do coordenador em lembrar os professores sobre a utilização do artefato novo, ou seja, da<br />
planilha reflexiva. Porém, notei nos excertos abaixo , após o processo argumentativo conduzido<br />
pelo coordenador, com a utilização da planilha reflexiva, que o coordenador pedagógico não se<br />
preocupou em verbalizar o resultado, deixando uma incógnita sobre a aprovação ou não do aluno.