Conselho De Classe: Que Espaço É Esse? - PUC-SP
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O enfoque desta pesquisa é a linguagem como mediadora das práticas discursivas durante<br />
a construção da avaliação em um conselho de classe. Sendo assim, é pelo diálogo entre o<br />
coordenador pedagógico e os professores em um contexto de reflexão crítica que é possível<br />
observar e perceber os problemas do cotidiano escolar buscando soluções cabíveis. Nesse<br />
sentido, a formação docente deve estimular uma perspectiva crítico-reflexiva, fornecendo aos<br />
professores meios para desenvolver um pensamento autônomo que proporcione as dinâmicas de<br />
um trabalho livre e criativo com foco à construção de uma identidade profissional.<br />
Avançando nessa discussão, Nóvoa (1995:5) afirma que : “ a formação não se constrói<br />
por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho<br />
de reflexividade crítica sobre as práticas (....)”. Compartilhando o mesmo pressuposto, Liberali<br />
(1994, 2000,2004) argumenta que refletir é um ato consciente que leva a revisar crítica e<br />
racionalmente aquilo que se faz, objetivando a reformulação da ação e sendo assim, entende-se<br />
que a atividade conselho de classe, como um espaço propício para a reflexão, não refletir só para<br />
avaliar, mas para repensar novas atitudes e posicionamentos. <strong>Esse</strong> espaço é composto de várias<br />
vozes , de vários saberes já que para Gómez (1995:103):<br />
“ a reflexão não é apenas um processo psicológico individual, passível de ser estudado a<br />
partir de esquemas formais, independentes do conteúdo, do contexto e das interações, a<br />
reflexão implica a imersão consciente do homem no mundo da sua experiência, um<br />
mundo carregado de conotações, valores, intercâmbios simbólicos, correspondências<br />
afetivas, interesses sociais e cenários políticos”<br />
A reflexão pode ser integrada significativamente através de situações e argumentações<br />
que possibilitem ao ser humano interpretar a realidade concreta em que vive organizando as suas<br />
experiências, porque para Gómez 1995: 104 : “a reflexão não é um conhecimento puro, mas sim<br />
um conhecimento contaminado pelas contingências que rodeiam e impregnam a própria<br />
experiência.” A influência do social aparece bem marcada durante a reflexão e ao interligar este<br />
fato com a teoria da atividade abordada neste estudo, bem como pelos conceitos vygotskinianos<br />
que serão apresentados na próxima seção, ressaltam o professor e o coordenador que trazem<br />
consigo suas teorias, suas práticas anteriores e atuais procurando construir essa cultura com os<br />
indivíduos que o rodeiam .<br />
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