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EDITORIAL<br />
Mais um número de Musas! Dois anos nos separam do<br />
último número da revista. Comentávamos no Editorial<br />
anterior das intempéries da vida cultural brasileira,<br />
dessas dificuldades e desafios que se colocam mesmo<br />
para uma publicação de uma autarquia federal. Não<br />
estamos imunes aos altos e baixos da Administração<br />
Pública Federal, razão pela qual a faina editorial na atual<br />
conjuntura pode ser descrita como “um pegar o touro<br />
à unha”. Dito isso, nada pode ser mais gratificante para<br />
a equipe editorial do que ver o produto desse árduo<br />
trabalho entregue à sociedade.<br />
Musas significa muito para o campo museológico<br />
brasileiro, menos pela abordagem acadêmica que traz nos<br />
artigos que veicula e mais pela diversidade do conjunto de<br />
seu conteúdo. Informar, formar, divulgar, dar a conhecer<br />
o próprio campo a si mesmo, além de apresentá-lo para<br />
outras pessoas interessadas na vida de nossos museus,<br />
esses são os objetivos principais da revista.<br />
Em dezembro de 2015 começamos a definir o<br />
conteúdo da revista e seu cronograma, ainda sob as<br />
incertezas dos cenários econômico e político do Brasil.<br />
Apostávamos que a revista precisava contemplar ainda<br />
mais a realidade museológica brasileira e de seus museus.<br />
Notamos que em seus doze anos de existência Musas<br />
não havia apresentado, na seção Museu Visitado, um<br />
ecomuseu. Decidimos que o momento havia chegado.<br />
Por isso, buscamos para a seção Museu Visitado<br />
apresentar a experiência do Ecomuseu da Amazônia, de<br />
Belém do Pará, uma experiência singular em se tratando<br />
de museologia. Agradecemos à equipe do Ecomuseu da<br />
Amazônia que nos acolheu e nos permitiu acompanhá-los<br />
em seus trabalhos pelas ilhas de Belém. Uma vivência<br />
intensa no curto período em que lá estivemos!<br />
E para completar a abordagem amazônica, entrevistamos<br />
o Professor José Ribamar Bessa Freire, do Programa<br />
de Pós-graduação em Memória Social da Unirio, profundo<br />
conhecedor da realidade da Amazônia. Agradecemos<br />
também a disponibilidade do Professor Bessa Freire em<br />
nos conceder uma entrevista tão esclarecedora sobre a<br />
história da Amazônia e seus museus indígenas.<br />
Outra aposta nossa foi o retorno da seção Ensaio<br />
Fotográfico. A seção retorna a Musas trazendo para<br />
o público fotos que participaram do IV Concurso de<br />
Fotografias Mestre Luís de França, promovido pelo<br />
Museu da Abolição (Recife-PE) em 2015. A quarta<br />
edição do concurso teve o tema “127 Anos de Abolição”<br />
e objetivou propiciar a reflexão sobre a cultura afrobrasileira<br />
e promover sua difusão e reconhecimento<br />
por intermédio das fotografias apresentadas e de<br />
seus autores. Com o intuito de contribuir para a<br />
divulgação dessa importante iniciativa, Musas convidou<br />
duas fotógrafas premiadas e três fotógrafos que<br />
receberam menção honrosa no referido concurso para<br />
apresentarem seus trabalhos nessa retomada da seção<br />
Ensaio Fotográfico. Nesse sentido, “Atavos Maria”,<br />
“Mulher Preta Protagonista”, “Na Janela”, “Ex Orixás” e<br />
“Zumbi no Instituto Pretos Novos, RJ” são as fotografias<br />
que a seção apresenta ao público leitor.<br />
Na seção Muselânea, a museóloga Karla Uzêda<br />
aborda a trajetória do Cadastro Nacional de Museus,<br />
que completa dez anos em 2016, ao Registro de<br />
Museus. Em seguida, a coordenadora do setor<br />
educativo do Museu da Inconfidência/Ibram, Christine<br />
Ferreira Azzi, nos apresenta a sua experiência museal<br />
por meio de uma crônica sobre o papel da roupa no<br />
museu e na ação educativa. A experiência da arte a céu<br />
aberto, proporcionada pelo Museu Nacional da Poesia,<br />
8 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7