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Terezinha: Então, quando eu fiz o mestrado, eu fiz um<br />
levantamento preliminar e encontrei dez ecomuseus<br />
na época. Ecomuseus, porque tem muitos trabalhos<br />
que são comunitários, mas eles não se denominam<br />
“ecomuseu”, porque não é obrigado a se chamar<br />
“ecomuseu”, pode chamar de “museu comunitário”,<br />
“casa de memória”, as pessoas diversificam muito.<br />
Hoje nós temos identificado cerca de quarenta<br />
ecomuseus. Eles vêm aumentando nos últimos<br />
tempos. Eu vejo como um trabalho importante,<br />
um trabalho que valoriza o fazer. As comunidades<br />
começam a se identificar e a valorizar o seu espaço.<br />
Os ecomuseus trabalham muito isso, o que eu acho de<br />
muita importância. Na sua essência, no seu trabalho<br />
inicial, eles trabalham essa questão da valorização.<br />
Eu também sou presidente da Abremc (Associação<br />
Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários)<br />
e essa associação realiza encontros internacionais.<br />
Nós já realizamos o 5º encontro internacional. O 4º<br />
foi em Belém, em 2012, e o 5º foi em Juiz de Fora<br />
(MG), em 2015. E através desses encontros a gente<br />
dá muita oportunidade para valorizar a questão<br />
do surgimento de novas experiências nessa área.<br />
Além dos encontros internacionais, temos também<br />
as jornadas de formação em museologia social, e<br />
vamos realizar a 4ª jornada agora, no Ecomuseu do<br />
Maranguape, no Ceará. Essa jornada tem por objetivo<br />
também capacitar as pessoas nesse trabalho de<br />
museologia social, comunitária, como se chama. A<br />
Abremc, criada em 2004, é uma associação nacional<br />
e a composição dela é de vários estados. A presidente<br />
está em Belém do Pará; a secretária e a tesoureira, no<br />
Rio de Janeiro; a diretora de comunicação, no Ceará.<br />
Essa associação é que me dá direito a pertencer ao<br />
Comitê Gestor do Sistema Brasileiro de Museus. A<br />
associação é uma entidade nacional que representa os<br />
ecomuseus e museus comunitários do Brasil. Nesses<br />
encontros, nessas jornadas, a gente dá oportunidade<br />
para novas experiências surgirem, porque elas vão lá,<br />
participam, se identificam, às vezes já estão fazendo<br />
um trabalho, se reconhecem com tal. Hoje em dia, a<br />
gente está fazendo na Abremc, estamos começando<br />
agora em maio oficialmente, o cadastro dessas<br />
experiências. No 6 o Fórum Nacional de Museus, em<br />
Belém, em 2014, foi colocado o “dever de casa” da<br />
Abremc de mapear essas iniciativas. A gente quer<br />
ser fonte de pesquisa, ser considerado pelo Ibram<br />
como fonte de pesquisa. Se você quer conhecer o<br />
Ecomuseu tal, você pode acessar a Abremc. Então<br />
a gente está fazendo esse trabalho no Brasil todo,<br />
começamos agora. Então eu vejo um crescimento.<br />
Por exemplo, o Encontro Internacional de Belém fez<br />
com que duas experiências se identificassem. Foi<br />
o Ecomuseu do Cipó, na Serra do Cipó, em Minas<br />
Gerais, e o Ecomuseu Kizomba Namata, que é de<br />
Juiz de Fora (MG). Essas duas comunidades viram<br />
que eles também faziam trabalho de ecomuseu. E aí<br />
você vai vendo que em cada encontro nascem outras<br />
experiências. Do Ecomuseu do Maranguape, no<br />
Ceará, por exemplo, nasceu o Ecomuseu do Pacoti – a<br />
gente diz que cada ecomuseu é padrinho de um outro<br />
– e nasce também o Ecomuseu do Divino Espírito<br />
Santo, em Alagoas. Descobrimos em Minas Gerais<br />
um outro ecomuseu: ecomuseu do Casti, numa região<br />
próxima a Belo Horizonte, fica a 50 km, desde 1986.<br />
A gente nem sabia de sua existência, identificamos<br />
no evento. Oficialmente, o primeiro ecomuseu é o de<br />
Itaipu, de 1987. Ele é diferente porque ele surge para<br />
244 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7