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Musas7

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Populares na cidade de Niterói (1975) e o Museu do Homem do Nordeste<br />

em Recife (1979). E na ocasião, por meio de diferentes decretos, o folclore<br />

institucionalizava o civismo. Com o Decreto n o 56.747, de 1965, criavase<br />

o Dia do Folclore, o Decreto n o 169, de 1968, instituía-se o Mês do<br />

Folclore e com o Decreto n o 1.162, de 1975, o folclore tornava-se disciplina<br />

obrigatória do primeiro e segundo graus.<br />

Diante das abordagens expostas verificou-se que houve uma associação<br />

entre civismo e folclore nas concepções políticas do folclorista Renato<br />

Almeida. Estas convicções se materializaram em sua gestão no Museu de<br />

Folclore no momento em que a instituição realizou suas atividades para<br />

propagar os valores cívicos por trás do folclore. A relação civismo e folclore<br />

no Museu de Folclore conduziram a sociedade a sentir-se pertencente a<br />

uma nação, acabando por contribuir com o governo autoritário, tendo em<br />

vista a certeza de que o civismo em torno do folclore propalava a ideia de<br />

estabilidade social e cultural devido à sua relação com o patriotismo.<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Ao analisar a relação entre civismo e folclore no Museu de Folclore na<br />

gestão do folclorista Renato Almeida nos anos de 1968 a 1974, identificouse<br />

que o Museu de Folclore propagou o civismo em torno do folclore na<br />

direção de Renato Almeida. E neste sentido, civismo e folclore vieram<br />

contribuir com o estado autoritário no que se refere ao incentivo por<br />

meio do folclore ao reconhecimento e à exaltação dos valores da pátria.<br />

A reflexão apresentada neste artigo se concretiza com base no discurso<br />

proferido por Renato Almeida quando assumiu o cargo de diretor<br />

executivo da Campanha de Defesa ao Folclore Brasileiro e afirmava que<br />

seria um auxiliar do governo na reorganização da ordem nacional: “Só a<br />

convicção de que ninguém é dado a recusar serviços a um governo que<br />

26. Discurso do Professor Renato Almeida<br />

ao assumir o cargo de diretor executivo da<br />

Campanha de Defesa ao Folclore Brasileiro.<br />

Biblioteca Amadeu Amaral do Centro<br />

Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rio de<br />

Janeiro, s/d.<br />

busca reorganizar a ordem nacional e estabelecer índices democráticos<br />

e cristãos de nossa existência, me decidi aceitar o encargo, não sem pesar<br />

atentamente as dificuldades circunstantes 26 ” (grifos nossos). Desta forma<br />

observa-se que civismo e folclore no contexto social e político do regime<br />

civil militar e difundidos no Museu de Folclore por seu diretor Renato<br />

142 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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