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No Artigo 30 do novo regimento, publicado em<br />
1974, podemos identificar a designação das ações e<br />
obrigações do Departamento de Museologia para, a<br />
partir daí, ter um panorama mais abrangente em torno<br />
das competências desse setor no IJNPS, sendo elas:<br />
I – Coligir, ordenar, pesquisar, classificar, conservar, guardar<br />
e divulgar o acervo museológico do IJNPS, bem como<br />
objetos fruto de doação ao mesmo Instituto.<br />
II – Promover exposições periódicas e eventuais, dentro<br />
do IJNPS ou fora dele, ressalvada, na segunda hipótese, a<br />
necessidade de autorização expressa, prévia e por escrito,<br />
do diretor executivo.<br />
III – Encaminhar ao diretor executivo, devidamente<br />
informadas, propostas de aquisição de material considerado<br />
de utilidade ao acervo do Departamento.<br />
IV – Prestar serviços de assessoria técnica a organismos<br />
regionais detentores de acervo museológico mediante<br />
assinatura de termos de ajustes, do convênio ou de<br />
contratos entre os referidos órgãos e o IJNPS.<br />
V – Encaminhar, ao diretor executivo, relatório anual de<br />
atividades.<br />
VI – Coletar material necessário aos estudos dos demais<br />
Departamentos.<br />
O item II do documento supracitado registra o<br />
papel do Demu em relação à promoção de exposições,<br />
e tais atividades foram observadas a partir dos<br />
registros citados nos Relatórios de Gestão, além das<br />
publicações em periódicos e catálogos dessas exposições,<br />
quando acessíveis.<br />
“A publicação e a autorização desse<br />
documento legitimaram as ações<br />
museológicas já praticadas no<br />
âmbito do antigo Instituto Joaquim<br />
Nabuco e deram um caráter<br />
profissional a tal atividade.”<br />
Identificamos, entre os anos de 1971 – período<br />
em que os relatórios começam a ser publicados com<br />
uma periodicidade anual – e 1978 – enquanto ainda<br />
não existia, no Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas<br />
Sociais, o Museu do Homem do Nordeste –, o<br />
registro de realização de oitenta e três exposições,<br />
segundo nossos levantamentos.<br />
Nesse período, o Departamento de Museologia<br />
possuía uma média anual de produção de sete<br />
exposições ao ano. É a partir da análise detalhada<br />
dos Relatórios de Gestão que visualizamos também<br />
que muitas das exposições se repetem, quando não,<br />
em nível de denominação, reproduzem-se no que diz<br />
respeito às temáticas.<br />
A saber, nos Relatórios de 1971 a 1974, existe<br />
a repetição da citação de uma exposição sobre o<br />
Maracatu Elefante. Essa condição nos sugere que tal<br />
exposição ficou ativa durante esse período. Contudo,<br />
a temática maracatu é citada no Relatório de 1977,<br />
quando da exposição sobre o Centenário de Dona<br />
Santa, rainha do Maracatu Elefante.<br />
Essas recorrências temáticas acontecem principalmente<br />
com o macro tema da cultura popular. São<br />
várias as exposições que tratam de aspectos do folclore,<br />
da arte popular, de artistas populares. É o que<br />
ocorre no ano de 1971, quando da exposição Quadros<br />
de Bajado, e as recorrências de exposições que falam<br />
sobre artistas populares, com a citação em 1972,<br />
de uma exposição retrospectiva da obra de Mestre<br />
Vitalino, ou em 1974, quando da exposição de esculturas<br />
de Zezito Guedes.<br />
De modo geral, os temas do folclore e da cultura<br />
popular são associados sempre a representações<br />
acerca da região Nordeste, organizadas pelas práticas<br />
do Demu. Assim, acreditamos que:<br />
50 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7