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Musas7

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Museu visitado<br />

pessoas para melhorar a renda de vocês”. Tínhamos que ter uma trilha e<br />

precisávamos do turismólogo. Vai o turismólogo dar o curso de<br />

acolhimento, em alguns lugares deu até de língua estrangeira – a gente<br />

conseguiu uma pessoa da equipe que sabia inglês. Nem tudo que a<br />

comunidade precisa a gente atende, mas outras a gente consegue. Nós<br />

temos hoje dois roteiros: roteiro patrimonial de visitação e o roteiro de<br />

memória. Então nesses roteiros as comunidades recebem os visitantes.<br />

Se vocês forem com um grupo as comunidades recebem, mas você tem<br />

que avisar antes, porque elas não têm estrutura. Você pode tomar café em<br />

uma comunidade, almoçar com outra, e elas mesmas preparam e vendem<br />

esses alimentos. A gente já fez curso de alimentação, a gente tem que<br />

trabalhar com a alimentação alternativa, porque é o que elas têm lá, têm<br />

que aproveitar o que elas sabem fazer. A gente vai inventando. Fizemos<br />

oficina, em tempo de Páscoa, de ovos com recheio de cupuaçu, bacuri. Aí<br />

a outra faz o chocolate caseiro, a outra faz a embalagem de cerâmica. E<br />

assim você faz ovo de cerâmica e cada um ganha um pouco: a que faz o<br />

ovo, a que faz o chocolate e a que faz o recheio. E a cerâmica também em<br />

Cotijuba não fazia. Nós pesquisamos a argila, tínhamos argila de boa<br />

qualidade. Então passaram a fazer e tem famílias que estão vivendo da<br />

venda de cerâmica desde 2007. Essa foi uma das primeiras oficinas da<br />

gente. No eixo Cidadania nós fomos criando alguns eventos. Por exemplo,<br />

tem um evento chamado “Pôr do sol cultural”, que era em Icoaraci e<br />

depois foi para a ilha de Caratateua. Nesse evento as pessoas cantam,<br />

declamam poesia e tudo, e tem o grupo de carimbó da terceira idade.<br />

Nesses trabalhos, a gente entende que está fazendo inclusão, assim como<br />

na criação do peixe. Teve comunidade que criou e já tirou cerca de 600 kg<br />

de peixe. Ela já vendeu, vende e melhora a questão da renda, melhora a<br />

qualidade de vida. Hoje nós estamos com três locais que criam peixe na<br />

ilha de Cotijuba, na ilha de Mosqueiro com mais três locais. Tem também<br />

a questão da horta no local que se desmatava para fazer carvão. Tem o<br />

depoimento da pessoa que diz assim para a gente, após falarmos da<br />

importância de manter as árvores em pé: “Ah, a senhora está falando<br />

bonito, mas do que vou sustentar minha família?”. Eu falei: “É um<br />

equívoco, se vai cortar tudo, vai acabar e vai sustentar como depois?”. Aí<br />

“E a cerâmica<br />

também em<br />

Cotijuba não fazia.<br />

Nós pesquisamos<br />

a argila, tínhamos<br />

argila de boa<br />

qualidade. Então<br />

passaram a fazer<br />

e tem famílias que<br />

estão vivendo da<br />

venda de cerâmica<br />

desde 2007”.<br />

241 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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