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integrado com a comunidade. O que é o nosso<br />
desafio hoje: nós queremos uma legislação brasileira<br />
que ampare os ecomuseus. Uma parte da Itália já<br />
tem uma legislação que ampara os ecomuseus. Nós<br />
já levamos para o encontro em Juiz de Fora uma<br />
pessoa, o Alberto Garlandini, indicado pelo Varine,<br />
para falar um pouco dessa questão da legislação. E<br />
é ele que está coordenando a conferência do Icom,<br />
agora em Milão, na Itália, de 3 a 9 de julho. Nosso<br />
desafio é que tivéssemos essa legislação para a<br />
gente ter um pouco mais de segurança, para não<br />
acontecer esses tantos sofrimentos. A gente pensa<br />
que uma legislação vai dar um respaldo maior para<br />
esses ecomuseus. Eu vejo que eles vêm aumentando<br />
e que são trabalhos consolidados. Eles são mais<br />
profundos, não são coisas passageiras. São sempre<br />
oriundos desse desejo, dessa vontade das pessoas<br />
que lá habitam. Eu sou passageira, mas eles vão<br />
continuar, eles ficam. E é com isso que a gente tem<br />
muita preocupação, que eles absorvam e continuem<br />
com esse trabalho, independentemente de quem<br />
está, porque eles vivem naquela comunidade e<br />
“Os vários encontros<br />
internacionais, o pensamento<br />
do Hugues de Varine,<br />
falam do desenvolvimento<br />
do patrimônio, do<br />
desenvolvimento local através<br />
do seu próprio patrimônio.<br />
Um desafio também”.<br />
precisam. E isso eu percebo em todos, em cada um<br />
com sua especificidade, mas existe essa essência<br />
básica de todos que é a valorização de quem está<br />
lá. Por exemplo, o Ecomuseu de Ouro Preto: é<br />
uma professora da universidade de Ouro Preto que<br />
coordena, a Yara Mattos. Ela trabalha muito com<br />
alunos da museologia e esses alunos trabalham<br />
com as comunidades. Então, é outro formato, mas<br />
a universidade não é a mantenedora, é a professora<br />
da universidade que tem aquele trabalho lá com as<br />
comunidades. É ela, com os alunos, que mantém o<br />
trabalho. Eu acho que são trabalhos que contribuem<br />
muito, hoje, para nossa realidade. São ações de<br />
custo baixíssimo, porque elas valorizam o que tem na<br />
comunidade. E tem essas parcerias que a gente vai<br />
buscar, que é vivida como uma troca: “A Terezinha<br />
vai falar no Museu Goeldi, e uma profissional do<br />
Goeldi vai ajudar no Ecomuseu da Amazônia”. A<br />
Helena Quadros, do Goeldi – que também é do Ponto<br />
de Memória Terra Firme –, nos ajuda muito e a Ana<br />
Cláudia, porque é museóloga, nos ajuda na questão<br />
dos inventários, na questão da memória, e a Helena<br />
na parte do meio ambiente.<br />
Musas: Quais seriam as perspectivas e desafios<br />
atuais do Ecomuseu da Amazônia?<br />
Terezinha: Os desafios... É, nós continuarmos com<br />
esse trabalho com as comunidades, continuamos<br />
com a questão da melhoria de vida através da geração<br />
de renda e da qualidade de vida delas mesmas. Aquilo<br />
que elas desejam e solicitam para seu bem-estar,<br />
para seu bem-viver. As perspectivas, eu vejo hoje o<br />
Ecomuseu conseguindo editais para ajudarmos as<br />
248 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7