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Musas7

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Reprodução da capa da publicação: “Subsídios<br />

para implantação de uma política museológica<br />

brasileira”, 1976. Acervo: Arquivo Institucional<br />

do Museu do Homem do Nordeste, caixa n o 69.<br />

“Nesse período,<br />

o Departamento<br />

de Museologia<br />

O Nordeste é visto como uma região folclórica por excelência porque aí, dado um<br />

baixo poder aquisitivo de amplos setores de sua população e a tardia generalização<br />

das relações mercantis e de assalariamento, perdurou, por muito tempo, a prática<br />

da fabricação artesanal e caseira de muitos dos poucos artefatos e objetos que<br />

compunham o cotidiano das camadas populares 4 .<br />

Entretanto, a questão do termo popular como categoria de análise é<br />

bastante complexa e, segundo Chartier 5 :<br />

possuía uma<br />

média anual de<br />

produção de<br />

sete exposições<br />

ao ano.”<br />

O “popular” não está contido em conjuntos de elementos que bastaria identificar,<br />

repertoriar e descrever. Ele qualifica, antes de tudo, um tipo de relação, um modo<br />

de utilizar objetos ou normas que circulam na sociedade, mas que são recebidos,<br />

compreendidos e manipulados de diversas maneiras. Tal constatação desloca<br />

necessariamente o trabalho do historiador, já que o obriga a caracterizar não conjuntos<br />

culturais dados como “populares” em si, mas as modalidades diferenciadas pelas quais<br />

eles são apropriados.<br />

Nesse sentido, o autor 6 também aponta que esse processo de<br />

apropriação:<br />

[...] tal como a entendemos visa a elaboração de uma história social dos usos e das interpretações<br />

relacionados às suas determinações fundamentais e inscritos nas práticas<br />

específicas que os constroem. Prestar, assim, atenção às condições e aos processos que<br />

4. ALBUQUERQUE JR. Durval Muniz de. A<br />

Feira dos Mitos: a fabricação do folclore e da<br />

cultura popular (Nordeste (1920-1950). São<br />

Paulo: Intermeios, 2013, p. 252.<br />

5. CHARTIER, Roger. A História Cultural:<br />

entre práticas e representações. Rio de<br />

Janeiro/Lisboa: Betrand/Difel, 1990, p.6.<br />

6. Idem.<br />

51 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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