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Musas7

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Foto: Sylvana Lobo / Ibram / Acervo do Museu Casa da Hera<br />

Sapato marrom, pelica, peito bordado<br />

em motivo floral e duplo laço em<br />

tecido. Interior forrado em seda.<br />

autodeclarado, de forma que nem todos os museus necessariamente<br />

declaram todas as tipologias de seus acervos, inclusive indumentária.<br />

Em geral colecionada como exemplar de raridade, excepcionalidade,<br />

perdura a noção de que indumentária é relíquia. Foi com frequência que<br />

colecionadores privados adquiriram trajes históricos, na Europa e América<br />

do Norte, onde leilões de indumentária, especialmente de alta costura<br />

francesa, são comuns. No Brasil, o colecionismo de indumentária por<br />

colecionadores privados é aparentemente mais raro, mas este ainda é um<br />

tema que precisa ser melhor investigado 14 .<br />

Em museus, as coleções de indumentária que hoje são referência para<br />

esta área foram majoritariamente constituídas na Europa e América do<br />

Norte e iniciadas no século XIX e primeira metade do século XX, mas<br />

sabe-se de coleções anteriores, do século XVII 15 . Nessas coleções há<br />

trajes e fragmentos têxteis datados de milhares de anos até exemplares<br />

de roupas atuais que sobreviveram a diversos processos de seleção.<br />

Apesar disso, o estudo de indumentária a partir de coleções de museus<br />

realizado por pesquisadores de universidades é relativamente recente e<br />

se desenvolveu a partir da segunda metade do século XX. Na introdução<br />

de seu livro que é marco teórico para a área, The study of dress history,<br />

Lou Taylor diz que por causa dos muitos “níveis” em que o vestuário opera<br />

14. Uma versão do “Traje de Verão”, do<br />

artista Flávio de Carvalho, por exemplo, está<br />

no catálogo do acervo do escritório de arte<br />

James Lisboa. O traje foi exposto com vários<br />

outros numa exposição dedicada ao artista<br />

no Museu da Cidade de São Paulo entre<br />

fevereiro e junho de 2014, intitulada “Flavio<br />

de Carvalho – a experiência como obra”.<br />

Não foi possível confirmar para o momento<br />

se o traje pertence ao referido museu ou se<br />

faz parte do acervo de outro museu, como o<br />

Museu de Arte Contemporânea da USP.<br />

15. Cumming, op.cit.<br />

15 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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