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Musas7

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ção de um instrumento normativo internacional para<br />

o patrimônio museológico e as coleções. A proposta,<br />

inicialmente de uma Resolução, foi copatrocinada<br />

por mais 25 países dos cinco continentes, e recebeu<br />

diversas manifestações de apoio das nações presentes<br />

à 36ª Conferência Geral da Organização.<br />

Uma reunião de especialistas convocada pela<br />

Unesco para elaboração de uma proposta do<br />

documento foi realizada no Rio de Janeiro em 2012.<br />

Também foram enviados pelo Brasil duzentos e<br />

vinte mil dólares destinados a apoiar os estudos<br />

preliminares que indicaram, entre outros pontos, a<br />

característica não vinculante dada ao documento a<br />

partir daí, entrando na pauta já como Recomendação.<br />

Em janeiro de 2015 o Brasil encaminhou suas<br />

considerações sobre comentários provenientes<br />

dos diferentes países a respeito do texto da<br />

Recomendação que seria discutido na reunião de<br />

especialistas em maio, na sede da Unesco. Nesse<br />

“Alguns pontos fundamentais<br />

da Recomendação dizem<br />

respeito ao compromisso<br />

dos museus com a gestão<br />

responsável de suas coleções<br />

e sua importância como lugar<br />

de pesquisa.”<br />

encontro, os países presentes aprovaram por<br />

unanimidade o texto do documento após discussões<br />

e consensos, inclusive em torno do aspecto mais<br />

polêmico, que estendia a Recomendação não só a<br />

museus mas também a coleções.<br />

O Brasil tem estado alinhado ou mesmo como<br />

precursor de inúmeros avanços no campo da museologia<br />

e dos museus. Aparentemente para nós,<br />

por já termos um campo bastante consolidado, a<br />

Recomendação não representa grandes transformações.<br />

Mas ela cria parâmetros importantes para<br />

países que não possuem legislação específica para<br />

o setor, como a Alemanha. Alguns pontos fundamentais<br />

da Recomendação dizem respeito ao compromisso<br />

dos museus com a gestão responsável de<br />

suas coleções e sua importância como lugar de pesquisa.<br />

Também foram reiterados os princípios de dois<br />

outros documentos fundamentais: a Recomendação<br />

de 1958, concernente aos meios mais eficazes de<br />

tornar os museus acessíveis a todos os públicos, e<br />

a Convenção de 2005 sobre a proteção e a promoção<br />

da diversidade das expressões culturais. A nova<br />

Recomendação toca ainda na necessidade de qualificação<br />

de pessoal para atuação no campo, na conexão<br />

entre os museus e as novas tecnologias, e, especialmente,<br />

nos aspectos da participação social, expressos<br />

no destaque à função social do museu.<br />

Entretanto, como Recomendação, ela não é<br />

vinculante, e cada país adequará à sua legislação<br />

própria, adotando o que considerar pertinente.<br />

275 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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