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mestrado e doutorado na área ambiental. Mas nós<br />
precisaríamos de outros profissionais. Eu vou falar um<br />
pouco dos eixos, o que faz cada eixo temático...<br />
Musas: Aproveitando que a senhora vai falar da<br />
questão dos eixos temáticos, nós gostaríamos<br />
de saber da importância dos inventários para a<br />
execução das ações do Ecomuseu nas microrregiões<br />
que o compõem.<br />
Terezinha: Então, continuando ainda com a questão<br />
dos profissionais, a gente vê que precisaria muito de<br />
antropólogo na equipe. O próprio museólogo<br />
também, a gente não tem e nunca teve. Seria bom se<br />
tivéssemos também biólogos, porque nós estamos<br />
na Amazônia. Seriam pessoas que contribuiriam<br />
muito. Mas nós não trabalhamos só com a nossa<br />
equipe, a gente tem as parcerias locais. Os parceiros<br />
da Universidade Federal do Pará, o pessoal do curso<br />
de museologia é nosso parceiro. Nós temos parceria<br />
com o pessoal de turismo também. Nós temos<br />
também com o Museu Goeldi, com a secretaria de<br />
Cultura e com a secretaria de Meio Ambiente.<br />
Quando a gente não tem o profissional dentro de<br />
nossa equipe – e dentro da própria comunidade, pois<br />
a comunidade tem profissionais que também<br />
contribuem muito –, nós vamos com essas<br />
instituições parceiras para podermos responder a<br />
uma demanda. Dentro da própria Fundação Escola<br />
Bosque nós temos muitos profissionais, a gente tem<br />
mais de 100 professores. Porque a Fundação atua na<br />
ilha, ela tem cerca de 2.200 alunos na ilha de<br />
Caratateua e tem nas outras ilhas – Cotijuba, Jutuba<br />
e Paquetá – seis unidades educacionais. E esses<br />
profissionais são concursados e vão para essas ilhas.<br />
Nós temos um dos profissionais da Fundação que<br />
compõe o nosso quadro que também faz parte do<br />
Ecomuseu. É um engenheiro de pesca. Então como é<br />
que funcionam os eixos? No eixo Cultura – o<br />
inventário está dentro do eixo Cultura – nós temos as<br />
pesquisas etnográficas, porque a gente não é só<br />
prática. Cada profissional do Ecomuseu é obrigado a<br />
fazer uma pesquisa. Quando chega no Ecomuseu, eu<br />
falo que ele tem que conhecer todas as nossas áreas.<br />
Dentro da formação dele, dentro da metodologia do<br />
projeto ele tem que dizer em que ele pode contribuir.<br />
Ele que diz, a partir da demanda: “A minha formação,<br />
sou arte educador, então eu quero, dentro dessas<br />
diversas ações aqui, eu gostaria de contribuir com<br />
essa”. Para você não impor para o próprio funcionário<br />
um trabalho que tenha dificuldade de desenvolver.<br />
Então “Escolha aquilo que você tem mais domínio e<br />
que haja uma demanda e faça”. Dentro do eixo<br />
Cultura, por exemplo a gente tem a questão do<br />
inventário. Nós temos as pesquisas das danças locais,<br />
as pesquisas etnográficas. Eu digo que o eixo Cultura<br />
é o primeiro, é de grande importância, porque dali<br />
surgem os outros. Tivemos alguns profissionais nesse<br />
eixo. Quando eu estudei a questão do planejamento,<br />
o professor falava assim: “Você vai coordenar uma<br />
equipe, você tem de saber de tudo um pouco”. Mas<br />
eu falava: “Eu não entendo nada de engenharia<br />
ambiental, como é que eu vou trabalhar com o<br />
engenheiro, como eu vou orientar ele a fazer isso?”.<br />
“Você vai ter que saber o básico”, dizia ele. Isso<br />
realmente acontece. Chegou o arte educador e eu<br />
falei: “Nós queríamos fazer um inventário, uma<br />
questão de diagnóstico (primeiro chamaríamos de<br />
239 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7