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Musas7

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Barão da Soledade, aquisição feita sem despesas para o<br />

Instituto, graças à mediação de Odilon Ribeiro Coutinho;<br />

e a mobília de jacarandá, composta por sofá, cadeiras,<br />

consoles, mesa de centro com mármore, que pertencera ao<br />

antigo governador Júlio Belo, do Engenho Queimadas. [...]<br />

Houve como que uma caça aos antiquários empreendida<br />

por Abelardo Rodrigues e Aécio de Oliveira, que ainda hoje<br />

se recorda das dificuldades para a reposição do mobiliário,<br />

particularmente dos lampiões externos da casa: “Aqueles<br />

lampiões de fora, aquilo não existia aqui, porque, quando<br />

da Revolução ― me parece que de 30 ou 35 ―, houve um<br />

saque na casa e levaram as estátuas de louça, levaram<br />

todas as coisas, inclusive os vidros de cristal da Boêmia<br />

foram quebrados e alguns retirados; restam poucos, e<br />

nós não pudemos nunca repor” 2 .<br />

O que muda com o Regimento de 1971 é a identificação<br />

atribuída às ações museológicas, que passam<br />

a ganhar corpo e reconhecimento institucional. Esse<br />

documento passa a definir as atividades não só do<br />

Departamento de Museologia, mas cria duas outras<br />

divisões dentro desse mesmo setor, sendo eles o<br />

Serviço de Museografia e Pesquisa Museológica e a<br />

Coordenação de Museus.<br />

A publicação e a autorização desse documento<br />

legitimaram as ações museológicas já praticadas no<br />

âmbito do antigo Instituto Joaquim Nabuco e deram<br />

um caráter profissional a tal atividade. As duas subdivisões<br />

atreladas hierarquicamente ao Demu eram<br />

responsáveis, respectivamente, pela organização e<br />

montagem das exposições, pela pesquisa, aquisição e<br />

conservação do acervo; além da administração e coordenação<br />

das ações realizadas pelos museus do IJNPS.<br />

Cartaz do I Encontro Nacional de Dirigentes de Museus. Arquivo<br />

Institucional do Museu do Homem do Nordeste. Caixa n. 96.<br />

São eles, no período, o Museu de Antropologia<br />

(MA); o Museu de Arte Popular de Pernambuco<br />

(MAP); o Museu Joaquim Nabuco (MJN); e, na primeira<br />

metade da década de 1970, o Museu do Açúcar.<br />

Além do Museu Joaquim Nabuco e da Galeria<br />

Massangana, que passam a ser citados nos Relatórios<br />

de Gestão 3 a partir do ano de 1973.<br />

2. OLIVEIRA, Aécio. Entrevista com Aécio de Oliveira concedida à Joselice Jucá. Dossiê 40 anos da Fundação Joaquim Nabuco, 1988. [Fotocópia, Arquivo<br />

CEHIBRA]. Grifos nossos.<br />

3. Os Relatórios do Exercício foram documentos publicados anualmente durante a gestão de Fernando Freyre, entre os anos 1970 e 2002. Esse vasto e rico acervo<br />

documental nos permitiu ter uma visão geral das ações realizadas pelo Instituto Joaquim Nabuco, a partir da fala institucional. Esses documentos foram largamente<br />

utilizados durante a pesquisa, além de terem sido cruzados com outras fontes, como as produções historiográficas, com as fontes orais, entrevistas cedidas e/ou<br />

anteriormente publicadas com os relatos de funcionários e ex-funcionários da Instituição, as publicações em periódicos e jornais, os catálogos das exposições, os<br />

documentos institucionais, comunicação interna e externa, projetos, publicidade e a legislação vigente no período, sobretudo, decretos e portarias normativas.<br />

49 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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