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Musas7

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Sin embargo ese reconocimiento de la obra de arte,<br />

que funda a la restauración, es claramente un momento<br />

actual, que pertenece al presente histórico del espectadorreceptor.<br />

La obra de arte no deja por ello de ser reconocida<br />

como producto de una actividad humana en un tiempo dado<br />

y en un lugar dado, y por lo tanto, como un documento<br />

histórico, como um momento de pasado. Al estar presente<br />

en la experiencia actual que la reconoce como tal, la obra<br />

no puede por lo tanto ser únicamente el objeto de un<br />

conocimiento científico histórico: forma parte integrante<br />

de nuestro presente vivido, dentro de una tradición artística<br />

que nos une a ella, y permite sentirla como una interpelación<br />

del pasado dentro de nuestro presente: una voz actual en la<br />

cual resuena ese pasado. 11<br />

Paul Phillipot confirma para nós o que foi dito até<br />

aqui à voz dos autores e exemplos sugeridos quando<br />

proclama que o reconhecimento dos vestígios do<br />

passado, em especial da obra de arte, equivale<br />

a uma compreensão hermenêutica da história.<br />

Compreende que uma obra se relaciona a outra como<br />

passado. Havendo, por sua vez, contato e distância,<br />

familiaridade e estranheza.<br />

É nesse sentido que insistimos em afirmar que, com<br />

o passar do tempo, as formas estabeleceram suas<br />

próprias relações no MRSM, independentemente da<br />

vontade do responsável por um projeto de museu.<br />

Elas se aproximaram ou recuaram umas das outras<br />

silenciosamente, convidando o visitante a olhar<br />

segundo o seu mundo, o mundo das imagens, dos<br />

objetos e das coisas – que nós exaustivamente<br />

chamamos de vestígios, pois nos colocam dessa<br />

forma em maior proximidade com narrativas sobre o<br />

passado, possíveis e acreditáveis.<br />

Bebemos de Gaston Bachelard, mas especialmente<br />

de Walter Benjamin, a clara visão do museu como<br />

lugar dos sonhos, de suas moradas e de apropriações<br />

poéticas dos restos e materiais residuais. Como<br />

o próprio Benjamin afirma, às crianças é permitido<br />

experimentar sensivelmente esses lugares consagrados<br />

à memória-histórica dos adultos. Neles estando<br />

menos empenhados em reproduzir as obras dos adultos<br />

do que em estabelecer relações sempre novas e<br />

incoerentes entre esses restos e materiais residuais.<br />

“Com isso as crianças formam o seu próprio mundo de coisas,<br />

um pequeno mundo inserido no grande. Um tal produto de<br />

resíduos é o conto maravilhoso, talvez o mais poderoso que<br />

se encontra na história espiritual da humanidade: resíduos<br />

do processo de constituição e decadência da saga. A criança<br />

consegue lidar com os conteúdos do conto maravilhoso<br />

de maneira tão soberana e descontraída como o faz com<br />

retalhos de tecidos e material de construção”. 12<br />

Parece-nos, hoje, que para a comunidade local<br />

não existe de fato um consenso de que o Museu<br />

Regional do Sul de Minas seja um lugar de memória,<br />

ou que haja algo ali encerrado para ser lembrado,<br />

“É nesse sentido que insistimos<br />

em afirmar que com o passar do<br />

tempo as formas estabeleceram<br />

suas próprias relações no MRSM,<br />

independentemente da vontade<br />

do responsável por um projeto<br />

de museu. Elas se aproximaram<br />

ou recuaram umas das outras<br />

silenciosamente, convidando o<br />

visitante a olhar segundo o seu<br />

mundo, o mundo das imagens,<br />

dos objetos e das coisas (...).”<br />

109 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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