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Museu visitado<br />
assentamento, o Ecomuseu tem dado apoio com as<br />
hortas, piscicultura e produção de farinha. Mas o que<br />
é singular é a produção artesanal de encauchados.<br />
O encauchado é um artesanato feito com o látex da<br />
seringueira misturado com pó de serragem, o que<br />
gera um couro vegetal utilizado para confeccionar<br />
diversos produtos como vários tipos de bolsas,<br />
pequenos chaveiros, toalhas americanas, calçados<br />
etc., é o que nos explica Neuziane, agricultora e<br />
artesã de encauchados. Ela explica que a técnica é<br />
originária do Acre e foi trazida para o assentamento<br />
pelo sindicato dos trabalhadores rurais. Os<br />
produtos impressionam pela qualidade e pelas<br />
cores adicionadas por pigmentação, como urucum<br />
por exemplo. O Ecomuseu apoia a iniciativa dos<br />
encauchados por meio de divulgação em eventos,<br />
apresentando esse artesanato.<br />
Conhecer o Ecomuseu da Amazônia, suas<br />
atividades nas ilhas de Belém, é ser impactado por<br />
experiências que vão muito além do que uma típica<br />
visita a um museu. Trilhar, navegar, conversar é<br />
atitude necessária para se conhecer essas atividades<br />
e seus impactos na vida das comunidades parceiras.<br />
Envolve aplicar os sentidos e a imaginação, e cada<br />
visita nunca é a mesma porque o Ecomuseu e as<br />
atividades nas comunidades fluem como as águas dos<br />
rios da Amazônia, e cada maré não é igual a outra.<br />
Sandro dos Santos Gomes é sociólogo e membro da equipe<br />
editorial de Musas.<br />
Foto: Sandro Gomes/Acervo Ibram<br />
Neuziane, agricultora e artesã de<br />
encauchados produzidos no assentamento<br />
Paulo Fonteles, na ilha de Mosqueiro.<br />
“Conhecer o Ecomuseu<br />
da Amazônia, suas<br />
atividades nas ilhas de<br />
Belém, é ser impactado<br />
por experiências que vão<br />
muito além do que uma<br />
típica visita a um museu.<br />
Trilhar, navegar, conversar<br />
é atitude necessária<br />
para se conhecer<br />
essas atividades e seus<br />
impactos na vida das<br />
comunidades parceiras.”<br />
223 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7