18.08.2017 Views

Musas7

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

diagnóstico) de uma comunidade. Eu gostaria que o<br />

pessoal olhasse no mapa e soubesse o que tem<br />

naquela comunidade”. Eu sabia o que eu queria e que<br />

aquela comunidade necessitava para a gente ver<br />

também. Mas a gente não sabia como fazer! “Então<br />

você é da área, dessa área aí de cultura, vamos ver se<br />

você consegue fazer”. Aí ele foi comprando a ideia,<br />

ele foi entendendo e aí foi criando. Eu falei que era<br />

um mapa vivo, que você pegasse aquele mapa<br />

comum e ao mesmo tempo você via o patrimônio, o<br />

que aquela comunidade fazia, o que tinha ali. Ele foi<br />

fazendo e hoje esse trabalho está bem adiantado.<br />

Ele criou os biomapas. O nome dele é Vinícius. Ele<br />

passou agora no mestrado e vai desenvolver esse<br />

trabalho sobre o Ecomuseu no mestrado. Nós<br />

fazíamos um diagnóstico rápido participativo. Esse<br />

nome começou assim. Nós íamos para a comunidade,<br />

levávamos um papel grande, papel 40 kg, a<br />

comunidade reunia aqueles grupos e elas sinalizavam<br />

o seu patrimônio ali. A gente levava o mapa comum<br />

e aí elas faziam, e depois a gente colocava dentro do<br />

mapa. Perguntávamos: “Isso fica mais ou menos<br />

aonde?”. Elas iam dizendo “Aqui tinha a casa de não<br />

sei quem”, “Aqui tinha o igarapé de não sei quem”,<br />

“Aqui tem a plantação de mandioca”, “Aqui a gente<br />

pesca”, “Aqui pega camarão”. Eles apontavam tudo<br />

naquele papel. E ele, esse profissional, colocava<br />

dentro do mapa, localizava no mapa. E depois a<br />

gente voltava para a comunidade: “É aqui mesmo? É<br />

aqui que fazia?”. Ele fazia e a gente voltava. Assim a<br />

gente começou a chamar de diagnóstico, e depois,<br />

com o acréscimo do mapa, a gente começou a<br />

chamar de biomapa, um mapa vivo dessa<br />

comunidade. E isso a gente foi melhorando. E<br />

quando a gente fazia isso, surgia o pescador, a pessoa<br />

que trabalhava com pesca, a pessoa que plantava. Aí<br />

nós fomos fazendo outras pesquisas a partir dessa.<br />

Por exemplo, o que trabalhava com a construção de<br />

barcos artesanais. Fizemos uma pesquisa desde o<br />

fazer, como o pescador começou a fazer esse barco.<br />

Fizemos uma exposição, a gente tem essa pesquisa.<br />

Surgiu o pessoal do carimbó, que gostava de dançar<br />

e compunha música do carimbó. Fizemos essa<br />

pesquisa também. E há aquele pessoal que era da<br />

agricultura, que queria plantar, que queria pescar<br />

peixe, mas a pesca estava difícil e aí não pescava.<br />

Mas a gente tem a condição de criar o peixe. Então<br />

chama o engenheiro de pesca, orienta como fazer e<br />

passamos a criar peixe, criar camarão com as<br />

comunidades. Precisava de licença ambiental. Vai na<br />

secretaria de Meio Ambiente, traz o profissional de lá<br />

e pergunta: “Como a gente vai fazer a licença<br />

ambiental?”. Então, a partir do inventário, desse<br />

diagnóstico inicial – primeiro diagnóstico, depois<br />

inventário – você identifica as demandas daquela<br />

comunidade, que são essas pessoas. E a partir dali<br />

você vai fazendo as outras ações. E aí vem o meio<br />

ambiente com a criação do peixe, vem a horta, quem<br />

quer fazer horta, vem a produção de muda, as<br />

espécies que estão em extinção. Vem, por exemplo,<br />

uma produção de mudas para a gente tentar fazer<br />

com que essa espécie não desapareça. E às vezes<br />

tem uma árvore só lá no quintal de não sei de quem,<br />

tem o tempo da semente para a gente tirar dali<br />

mesmo, e se não consegue vai na Embrapa pedir<br />

mais sementes. O turismo! Esses locais que eu estou<br />

falando são locais bonitos, de praia, de muita praia,<br />

de muito fruto. “Então vocês podiam receber as<br />

240 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!