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Musas7

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amor”, “Eu e Você” etc.) e vendiam como lembrança para eles. Os visitantes<br />

compravam para provar que haviam visitado a ilha.<br />

Essa arte da varinha havia caído no esquecimento, mas começou a<br />

ser recuperada. A varinha consiste em uma vara de aproximadamente<br />

1 m, com desenhos entalhados com motivos indígenas de formatos<br />

geométricos e com a inscrição de palavras ou frases. A vara é confeccionada<br />

a partir de uma planta chamada “canela-de-vidro”, mas também pode<br />

ser feita com morototó ou tapiririca. É preciso andar 3 a 4 km dentro da<br />

mata para encontrar a canela-de-vidro, em área sombreada. E é preciso<br />

saber escolher, pois não pode ser nem muito verde ou passada do ponto.<br />

Os entalhes e inscrições são feitos enquanto ela está ainda verde, com<br />

uma lâmina, depois se espera alguns dias ela secar. O resultado é uma<br />

vara mais rígida e que dá a impressão que os desenhos foram pintados,<br />

mas isso é porque o verde escureceu a um tom muito escuro. Leila<br />

confecciona atendendo pedidos e produzindo varinhas de tamanhos<br />

menores, inclusive faz modelos para porta-canetas.<br />

Um outro trabalho realizado pelo Ecomuseu junto aos alunos da escola<br />

e comunitários das áreas de atuação do programa é o de mapear os<br />

patrimônios pertencentes a essas comunidades (biomapas) identificados<br />

pela própria comunidade pelo valor que atribuem aos mesmos, os quais<br />

passaram a ser elaborados como documentos artísticos a partir de 2011 e<br />

que, em síntese, são representações geográficas e artísticas dos territórios<br />

(ilhas e distritos), dando ênfase às comunidades atendidas pelo programa.<br />

Hoje, o Ecomuseu dispõe de um número significativo desses documentos<br />

(acervos) considerados também como modelo diferenciado de inventário<br />

participativo, onde o patrimônio comunitário, além de ser valorizado,<br />

é também identificado geograficamente, possibilitando com isso sua<br />

acessibilidade a visitantes e criando um importante elo com o turismo<br />

de base comunitária e outras atividades e ações relevantes. Elaborou-se<br />

também um inventário regional das frutas da estação da comunidade<br />

(Calendário das Frutas), com o tempo de floração e do amadurecimento<br />

do fruto, desenvolvido em parceria com professores, alunos e as<br />

comunidades. Além disso, fizeram um trabalho de reflorestamento da<br />

área com o plantio de mudas de castanha-do-pará, mogno, marupá,<br />

221 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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