18.08.2017 Views

Musas7

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Museu visitado<br />

pendendo mais para as comunidades. Então em uma<br />

ilha chamada Mosqueiro foi que houve aceitação<br />

com os alunos. Lá nós temos oficinas, nós temos<br />

hortas com eles, nós trabalhamos as questões das<br />

essências florestais, a produção de mudas e a própria<br />

cultura, o carimbó nessa escola, por exemplo. De<br />

2012 para cá começou a haver uma aceitação maior,<br />

hoje existe já uma interação com eles, mas demorou<br />

muito. Então a gente tem mais um trabalho com as<br />

comunidades do que com os alunos. Pela questão da<br />

intransigência dos professores. Os alunos queriam,<br />

mas os professores achavam que era mais trabalho.<br />

E hoje já pensam diferente, já tem uma frequência<br />

melhor da educação. Então nós estávamos falando<br />

da coordenação. Essa coordenação eu vejo hoje que<br />

ela caminhou bastante no sentido do coletivo, mas<br />

ainda é difícil. É difícil porque nós temos também na<br />

equipe uma mudança muito contínua de funcionários,<br />

porque no Ecomuseu nós temos muitos contratados,<br />

aí muda a gestão, mudam os contratados, as pessoas<br />

já estão capacitadas, aí você tira aquele profissional,<br />

põe um outro que não tem nada a ver, não sabe, às<br />

vezes não tem nem mesmo o perfil, não consegue se<br />

adaptar a esse tipo de trabalho, porque eles acham<br />

que é um trabalho cansativo, que nós não temos<br />

nenhum tipo de ganho a mais. Por exemplo, se você<br />

trabalhar dentro da Fundação você ganha aquilo, se<br />

você sair para as comunidades ganha a mesma coisa,<br />

então as pessoas falam “Por que eu vou me cansar a<br />

ir lá longe, para aquele lugar lá e ganhar a mesma<br />

coisa?”. Então você tem todo um trabalho de<br />

capacitação, formação, sensibilização, de explicar<br />

para a pessoa como é o trabalho do Ecomuseu para<br />

que a pessoa que vai trabalhar com a gente, ela tem<br />

que gostar daquilo mesmo, ela não tem que ir pelo<br />

salário, ela tem que ir pelo amor àquele tipo de<br />

trabalho, porque senão não consegue desenvolver,<br />

porque são coisas assim difíceis para elas aceitarem.<br />

A gente que gosta, que ama aquele trabalho, a gente<br />

faz e nem sente, não vê como um trabalho a mais, a<br />

gente vê com prazer. Cada realização das<br />

comunidades a gente vê como um prazer. Eu acredito<br />

que a coordenação, ela vem evoluindo, ela vem<br />

caminhando, e está chegando naquilo que a gente<br />

espera e pensa, que é essas pessoas agirem com a<br />

gente ou sem a gente, coletivamente para o bem de<br />

todos, assim, sempre pensando no bem de todos. É<br />

isso que a gente vem tentando fazer.<br />

Musas: Esclareça melhor essa relação entre o<br />

Ecomuseu e a Fundação Escola Bosque.<br />

Terezinha: Essa senhora Laís Aderne foi contratada<br />

como consultora da prefeitura para criar um Liceu.<br />

Ela criou o Liceu em 2005, e essa ideia, a sementinha<br />

do Ecomuseu, nasce ali. Em 2007, quando foi<br />

oficializado, ele ainda ficou lá. Então a professora Laís<br />

falou com a secretária de Educação sobre o Ecomuseu<br />

de Brasília, e que lá [Belém] teria também esse nome<br />

[Ecomuseu], porque a comunidade havia escolhido<br />

esse nome e já vinha se fazendo esse trabalho<br />

comunitário. A secretária valorizou muito isso, mas<br />

só que dentro da própria secretaria de Educação<br />

havia a fundação, que são coisas diferentes. A<br />

secretária viu que o Ecomuseu, com essa questão de<br />

meio ambiente, de geração de renda, de cultura, não<br />

tinha como ficar dentro da secretaria de Educação, a<br />

secretaria era mais voltada para a educação formal.<br />

237 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!