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Musas7

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Rancière diz que os artistas constroem suas manifestações estéticas,<br />

porém os significados ficam expostos e se tornam incertos neste idioma<br />

novo. Este idioma exige espectadores que desempenhem o papel de<br />

intérpretes ativos, que elaborem sua própria tradução para apropriar-se<br />

da história e fazer dela sua própria história. O autor conclui o pensamento<br />

radicalizando que “uma comunidade emancipada é uma comunidade de<br />

narradores e tradutores” 20 .<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

20. Ibidem, p. 25.<br />

21. FREIRE, Paulo. Educação como prática de<br />

liberdade. 38 a ed. – São Paulo: Paz e Terra,<br />

2014, p. 137.<br />

Entendendo o processo de consolidação do Museu de Arte<br />

Contemporânea de Sorocaba, procuramos desenvolver algumas questões<br />

sobre a construção do espaço educativo durante o percurso apresentado.<br />

Partindo de um posicionamento individual dos mediadores culturais,<br />

o processo de consolidação do pensamento educativo passou por<br />

avaliações que nortearam as ações enquanto eram realizadas. Esta prática<br />

chamamos de autocrítica, um pensamento que se faz enquanto se refaz,<br />

como o movimento dialético e orgânico de superação.<br />

Percebemos que o Educativo teve um papel importante de articulação.<br />

Inicialmente, com o setor da Comunicação, procurando repensar formas<br />

de mediação que fossem colocar o espaço virtual como extensão do<br />

espaço físico. Também consideramos este papel quando se fez necessária<br />

a presença dos mediadores, através de um processo de captação de<br />

voluntariado, entendendo-os não como meros prestadores de serviço mas<br />

como tradutores que se apropriam e constroem em coletivo as formas de<br />

mediação, gerando formação cultural enquanto se formam.<br />

A reflexão teórica se fez necessária porque acreditamos que um projeto de<br />

educação envolve uma visão de mundo. Não entendemos a teoria descolada<br />

da prática, porque ambas se fazem na práxis educativa de um espaço com<br />

grande potencial para relações culturais de apropriação. O indivíduo (seja o<br />

mediador ou o público) é espectador a priori na sua relação com o mundo e<br />

também participa dele. Não apenas está no mundo, mas com ele 21 .<br />

Consideramos este artigo como parte do processo de construção<br />

porque, apesar de não entrarmos em minúcias de nossa prática, julgamos<br />

“A reflexão<br />

teórica se fez<br />

necessária<br />

porque<br />

acreditamos<br />

que um projeto<br />

de educação<br />

envolve uma<br />

visão de mundo.”<br />

159 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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