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Musas7

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esquecidos. Nós já trabalhávamos lá há algum tempo,<br />

mas sem recursos. Essa ida do projeto para lá está<br />

chamando outros parceiros. Está chegando a questão<br />

da energia para eles, a estrada que abriram. Já tem<br />

uma melhoria de vida. Esse é um projeto que eu acho<br />

de muita importância nesse momento. Eu passei<br />

um ano fora com tratamento de saúde. Quando<br />

retornei, achei que deveria dar uma reorganizada<br />

no espaço do Ecomuseu. Nós tínhamos ganho um<br />

edital do Ibram que era para comprar materiais para<br />

esse espaço. Compramos um forno de cerâmica, que<br />

ainda não foi instalado, porque faltava organizar o<br />

espaço para recebê-lo. Esse projeto eu considero<br />

importante nesse retorno. Tem um espaço grande, é<br />

uma revitalização, uma reorganização desse espaço,<br />

que estava um pouco parado. Estamos instalando já<br />

o forno, vamos ter oficina de cerâmica. Nesse projeto<br />

do Alphaville, temos esses quintais produtivos que<br />

se chamam “Sustentabilidade Alimentar e Quintais<br />

Produtivos”. Vamos também fazer um quintal<br />

produtivo nessa área do Ecomuseu. Vai voltar a oficina<br />

de alimentação alternativa, que estava parada. Temos<br />

casa de farinha construída no espaço do Ecomuseu,<br />

dentro da Fundação. A gente já faz a farinha umas<br />

duas vezes, é um grande evento, muito legal, reúne<br />

muita gente. E esse projeto é importante porque<br />

você, ao visitar o Ecomuseu, vai conhecer um pouco<br />

das comunidades, do que a gente faz. O objetivo é<br />

que você vá ao Ecomuseu e conheça um pouco do que<br />

é feito na comunidade: a comunidade faz farinha, a<br />

comunidade cria pintos, a comunidade faz cerâmica,<br />

ela tem plantas medicinais. A gente, na nossa região,<br />

toma muito chá, a gente é acostumado, desde<br />

criança, a tomar pouco remédio de farmácia. Vamos<br />

ter uma produção de mudas, a gente está tentando<br />

levar para as comunidades. Esse é um projeto que eu<br />

considero de muita importância. Com esse edital do<br />

Ibram, nós conseguimos comprar muitas coisas para<br />

o Ecomuseu. Temos um espaço lá que chamamos<br />

de galeria. Não é uma galeria, mas a gente faz as<br />

nossas exposições. Na semana de museus, com o<br />

tema “Museus e Paisagem Cultural”, nós temos uma<br />

exposição das comunidades de quadros, de fotos.<br />

Temos uma mesa em que algumas pessoas vão<br />

falar sobre a idade da ilha. Há controvérsias: um diz<br />

que fez 123 anos, outro diz que fez 289 anos. Então<br />

identificamos as pessoas que têm 80 anos, 90 anos,<br />

e moram lá há 70 anos. O profissional da cultura está<br />

pesquisando, na parte dos acervos, e essas pessoas<br />

vão contar a história. Elas sabem que lá tem um poço<br />

que foi do tempo da Revolução Cabana, em 1870.<br />

E tem lá justamente o poço. A gente já fotografou<br />

tudo. E o evento chama-se “Caratateua na Mesa”.<br />

Nós temos seis pessoas da comunidade que vão falar<br />

dessa história de Caratateua. Ao final do ano, vamos<br />

ter uma exposição grande já com esse resultado da<br />

pesquisa e com o depoimento dessas pessoas falando<br />

sobre a ilha. E algumas dessas pessoas fazem parte do<br />

roteiro de memória de Caratateua. Um roteiro em que<br />

a pessoa, ao chegar lá, vai visitar alguns desses lugares<br />

e essas pessoas vão contar um pouco de sua história.<br />

Musas: Tendo em vistas a sua experiência tanto por<br />

sua formação acadêmica, como por experiência<br />

profissional no Ecomuseu da Amazônia, como<br />

que você vê a experiência dos ecomuseus hoje no<br />

Brasil? E onde nós os encontramos?<br />

243 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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