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Musas7

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Museu visitado<br />

comunidades. Pela perspectiva do quadro atual do<br />

Brasil, a instituição em que nós estamos, assim como<br />

outras, não tem condições, porque as comunidades,<br />

por mais que estejam em um projeto de custo baixo,<br />

elas precisam de um básico para poder dar andamento<br />

a esses trabalhos. E a gente precisa de um mínimo de<br />

recurso. Nós já caminhamos, já fizemos inventários,<br />

já identificamos, está tudo mapeado naquele<br />

território, a gente sabe qual a necessidade daquelas<br />

comunidades, a gente sabe qual a demanda, então<br />

a gente precisa desenvolver mais. Isso me angustia<br />

muito, porque sou meio acelerada nas coisas. Precisa<br />

agora caminhar mais. A próxima etapa, para mim,<br />

será o desenvolvimento desses territórios. Os vários<br />

encontros internacionais, o pensamento do Hugues<br />

de Varine, falam do desenvolvimento do patrimônio,<br />

do desenvolvimento local através do seu próprio<br />

patrimônio. Mais um desafio também. A gente tem<br />

pesquisa de doutorado, pesquisas de outros técnicos<br />

locais, da própria universidade. A gente já vê esse<br />

mapeamento do patrimônio, como elas podem viver<br />

naquele local valorizando e vivendo do seu próprio<br />

patrimônio, valorizando seu próprio patrimônio. É<br />

um desafio isso também. As pessoas vivem naquele<br />

espaço, mas a maioria parece que não tem a noção do<br />

valor do que tem. Quando começa alguém a valorizar,<br />

a viver daquilo, desperta um pouco os outros, porque<br />

temos um belíssimo patrimônio, uma paisagem<br />

belíssima nesses locais. Mas muitas pessoas não<br />

têm essa percepção. Então esses são os desafios. A<br />

gente fazer com que elas tenham essa compreensão,<br />

essa sensibilidade: a questão do pertencimento, do<br />

zelar, de que tem que cuidar. E isso é um trabalho<br />

contínuo: “Isso aqui é seu, você tem que cuidar,<br />

você tem que valorizar”. Essa metodologia, com<br />

base na museologia social, com base nos fazeres<br />

locais, essa questão do valorizar o que ela tem, essa<br />

questão da valorização do patrimônio, isso é de<br />

suma importância. E buscar esse apoio em outras<br />

instituições, porque a valorização e reconhecimento<br />

do Ecomuseu a gente tem bastante no exterior,<br />

em vários países com os quais nós temos contato,<br />

em outros estados, no âmbito local, pelo trabalho<br />

desenvolvido, mas as comunidades têm um pequeno<br />

avanço. O foco é que elas tenham uma compreensão<br />

do seu próprio patrimônio e que elas avancem<br />

e consigam a sua sustentabilidade, consigam<br />

sobreviver a partir do seu próprio patrimônio. É<br />

uma perspectiva. E que através da Abremc a gente<br />

consiga dar também continuidade a esses encontros<br />

e fazer com que outras experiências se percebam<br />

nesse trabalho. Nós também temos a relação com<br />

os Pontos de Memória, eles também fazem parte<br />

desses trabalhos comunitários. Em Belém nós temos<br />

relação com o Ponto de Memória da Terra Firme, a<br />

gente valoriza muito esse trabalho deles. Agora,<br />

nem todos os Pontos de Memória têm um trabalho<br />

de ecomuseu. Eles ainda estão se identificando, mas<br />

são trabalhos importantes que contribuem muito<br />

para esse nosso Brasil, que é um país muito grande.<br />

Por exemplo, a nossa região Norte é muito carente,<br />

mas nós temos mais dois ecomuseus surgindo lá,<br />

um na ilha do Marajó, e um no município chamado<br />

Curuçá. Para nós é muito importante que tenham<br />

mais ecomuseus, porque a região é muito grande.<br />

249 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7

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