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Foto: Aline Dias Kormann/ Acervo pessoal<br />
Em foto recente, a Estação Ferroviária de Joinville convertida no Complexo<br />
da Estação da Memória.<br />
Todas as ações de educação patrimonial foram<br />
debatidas nos Fóruns de Patrimônio Cultural, Museus<br />
e Espaços de Memória, organizados semestralmente<br />
pelo Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC)<br />
com a participação da sociedade civil e do Estado,<br />
no qual os dois segmentos definiam as prioridades<br />
e a elaboração de políticas que qualificassem o<br />
acesso aos bens culturais. Também eram discutidas<br />
as principais ações de preservação e salvaguarda do<br />
patrimônio cultural que bienalmente eram validadas<br />
e delegadas nas Conferências Municipais de Cultura.<br />
Esse retrospecto emoldura a construção horizontal<br />
do processo democrático de políticas culturais e o<br />
seu amadurecimento histórico em Joinville.<br />
O Projeto de Educação Patrimonial coordenado<br />
pelo Setor de Educação da Estação da Memória<br />
seguia ao encontro de todas as diretrizes apontadas<br />
pela gestão em cultura no âmbito federal e municipal<br />
para a promoção da cidadania, preservação da<br />
cultura material e imaterial e respeito à diversidade<br />
cultural e étnica presentes em Joinville. O Projeto,<br />
enfim, procurava problematizar as múltiplas<br />
memórias do trabalho e dos trabalhadores na cidade<br />
e seus cruzamentos históricos, sociais, econômicos e<br />
culturais no desenvolvimento da cidade.<br />
Refletir sobre a história da Estação Ferroviária<br />
era compreender a formação múltipla de Joinville,<br />
com suas interfaces produzidas e induzidas pelas<br />
memórias, observadas na execução do Projeto.<br />
A educação patrimonial auxiliava na formulação<br />
e proposição de políticas públicas para dilatar as<br />
noções e relações de pertencimento social e cultural<br />
da cidade com seus bens tombados.<br />
Os educadores dos museus municipais de Joinville<br />
se articularam e criaram um núcleo de Educação<br />
Patrimonial chamado Paulo Freire, que mais tarde viria<br />
discutir e reivindicar a criação do Sistema Municipal de<br />
Museus. O Núcleo Paulo Freire foi o responsável por<br />
articular as unidades para apresentar um leque de<br />
Programas para a Secretaria de Educação de Joinville<br />
com a Gerência de Patrimônio em 2009.<br />
O Setor Educativo da Estação apresentou uma<br />
proposta de projeto de educação patrimonial:<br />
“Salvaguardar e tornar públicas<br />
as memórias coletivas e<br />
individuais dos trabalhadores<br />
férreos e de seus familiares<br />
relacionadas com a história<br />
da edificação que tornava o<br />
patrimônio vivo em relação à<br />
memória da cidade.”<br />
87 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7