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professores, de provocar a curiosidade e despertar<br />
o interesse pelo tema do projeto de quem não havia<br />
participado, mas poderia visitar as exposições e a<br />
Estação da Memória como patrimônio cultural a ser<br />
usufruído pelo público.<br />
Cumprindo uma função dos espaços de memória<br />
de aproximação com a realidade do público, foram<br />
sugeridas atividades com os alunos em sala de aula,<br />
tais como: confecção de desenhos; elaboração textual;<br />
poesias; contação de histórias; teatro; entre outras<br />
atividades. A intenção, além da avaliação do Projeto,<br />
era demarcar as impressões e estimular a criatividade.<br />
Como avaliação, o Projeto pretendia articular os<br />
três sujeitos envolvidos no processo – aluno, professor<br />
e equipe técnica da Estação da Memória.<br />
Com um papel importante no processo educativo,<br />
a avaliação, conceitualmente, representava valorizar<br />
e estimular o conhecimento apreendido, o entendimento<br />
avaliativo pela socialização das impressões,<br />
considerando as falas dos estudantes no debate,<br />
após a experiência, conforme as inserções e visitas<br />
dos alunos dentro do espaço museal. Enfim, ativar<br />
a curiosidade e pesquisa, por meio da observação,<br />
experimentação e comprovação. Até porque: “O<br />
que se almeja é a construção coletiva do conhecimento,<br />
identificando a comunidade como produtora<br />
de saberes que reconhece suas referências culturais<br />
inseridas em contextos de significados associados à<br />
memória social do local” 9 .<br />
Consideração final<br />
Este artigo cumpre uma das últimas tarefas do<br />
Projeto realizado: socializar as experiências, para<br />
conhecimento da sociedade das ações de educação<br />
patrimonial realizadas na Estação da Memória.<br />
O Projeto de Educação Patrimonial Patrimônio<br />
Cultural, Memórias e Ofícios foi desenvolvido apesar<br />
das dificuldades estruturais e das ações planejadas<br />
que não conseguiram ser cumpridas na Estação da<br />
Memória por conta das transformações políticas na<br />
administração do espaço ou de questões fora do<br />
controle da equipe.<br />
Havia a ideia de se fazer uma oficina de construção<br />
de telégrafo como construção de objeto gerador,<br />
com auxílio de um telegrafista da RFFSA que<br />
participava dos Encontros com a Memória, o seu<br />
José Luis Mira, que trabalhava com telégrafos artesanais,<br />
mas ele infelizmente adoeceu e não pôde<br />
auxiliar nesse processo.<br />
Por outro lado, reafirmaram o sentido da existência<br />
do lugar de trabalho, lugar de memória. Para validar<br />
um documento, edificação ou monumento como<br />
patrimônio deve haver ressonância social. E fazer<br />
essa conexão com estudantes que visitam um espaço<br />
musealizado, mas que não vivenciaram a sua funcionalidade<br />
ou não conheceram os saberes e fazeres<br />
do lugar, nesse caso, a ausência de memória, instiga<br />
cognitivamente sua existência pelas histórias contadas<br />
e percebidas. Problematizar o patrimônio cultural<br />
como algo vivo e dinâmico, para que as gerações<br />
mais jovens possam sentir-se pertencentes aos<br />
9. Instituto do Patrimonio Histórico e Artístco Nacional. Educação patrimonial. Histórico, conceitos e processos. Brasília: DF, 2014.<br />
98 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7