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ficava ocupado somente com as obras e em um certo sentido a mediação<br />
cultural ocorria no encontro entre público e materiais gráficos, como<br />
textos curatoriais e folders de divulgação.<br />
Na discussão sobre a implementação de um Núcleo de Ações Educativas,<br />
o contato pessoal e direto com o mediador é uma das mais importantes<br />
etapas desse processo. Porque é ali onde se desenvolve efetivamente o<br />
diálogo, onde é possível apresentar questões de acordo com a demanda<br />
de cada um que visita, ao mesmo tempo em que abre-se o espaço para<br />
que o visitante tenha voz.<br />
Assim sendo, essas ações deram condição para que espaços entendidos<br />
como ociosos e de caráter educativo em potencial fossem realmente<br />
tornados vivos nessas dinâmicas. O Programa de Voluntariado surgiu<br />
de uma demanda institucional e de uma dificuldade econômica, para<br />
pensar em estratégias que desenvolvessem ações em condições que já<br />
existiam. A partir desse momento de crise econômica-estrutural, houve o<br />
desenvolvimento de uma reflexão e autocrítica para encaminhamento das<br />
propostas que culminaram no estado atual de ações, através da relação<br />
com os voluntários e as ações “Falando de Arte”, por exemplo.<br />
Desta reflexão, o Educativo avaliou a importância de se valorizar<br />
a presença e atuação dos mediadores, mesmo que inicialmente de<br />
forma voluntária, porque sem esse esforço não haveria condições<br />
para desenvolver o diálogo na mediação cultural. Ao mesmo tempo,<br />
procurou-se assim a possibilidade de estruturar o início de um programa<br />
educativo permanente que realize propostas independentemente das<br />
programações expositivas.<br />
Dentro do contexto da necessidade da organização das práticas<br />
educativas, a mediação cultural se expande além do espaço temporário<br />
da exposição para dialogar com momentos antes, durante e depois do<br />
encontro do visitante com a obra 6 . Ao mesmo tempo que busca estratégias<br />
para desenvolver ações que não dependam necessariamente do mediador,<br />
o setor Educativo dá suporte teórico procurando contextualizar as diversas<br />
atividades realizadas.<br />
Dentre as práticas, desenvolveu-se um caminho de interação entre<br />
o mediador e o público, através do acompanhamento de visitantes<br />
“(...) o Educativo,<br />
em parceria com<br />
a Comunicação,<br />
procurou<br />
inicialmente<br />
produzir conteúdo<br />
para falar de arte<br />
contemporânea<br />
através do acervo,<br />
entendendo o<br />
espaço virtual<br />
como uma<br />
extensão do<br />
espaço físico<br />
do museu que<br />
é também um<br />
espaço de<br />
formação cultural.”<br />
6. WENDELL, Ney. Estratégias de<br />
mediação cultural para a formação do<br />
público. Disponível em: http://www.<br />
fundacaocultural.ba.gov.br/arquivos/File/<br />
imagenswordpress/2014/09/estrategias-demediacao-cultural_ney-wendell_8-9.pdf.<br />
Acesso em: set. 2016.<br />
153 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7