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A construção de uma ciência<br />
museológica local<br />
É<br />
no início dos anos 1970 que ocorre uma<br />
das principais reformas administrativas<br />
no Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas<br />
Sociais (IJNPS). A reforma institucional legitima um<br />
novo regimento e amplia órgãos dentro da estrutura<br />
administrativa do IJNPS. É a partir desse documento,<br />
escrito em 1971 e aprovado em 1974, com a publicação<br />
da Portaria nº 310, de 31 de maio de 1974, que<br />
o Departamento de Museologia é citado nos documentos<br />
e nas redações institucionais.<br />
É relevante destacar o significado, para o período,<br />
da conquista de um lugar no organograma institucional,<br />
essa posição teve implicações para a organização<br />
de práticas museológicas mais autônomas, aliadas<br />
à possibilidade de aglutinação de profissionais da<br />
área, além da utilização de uma nomenclatura própria,<br />
da linguagem do campo da museologia.<br />
Contudo, o Regimento de 1971 não inaugura as<br />
práticas museológicas e museográficas do Instituto<br />
Joaquim Nabuco (IJN). Essas já eram realizadas no<br />
âmbito do Museu de Antropologia como parte das<br />
atividades realizadas pela Seção de Antropologia,<br />
como podemos perceber na passagem a seguir:<br />
O núcleo de estudos antropológicos do então Instituto, que<br />
deu origem ao Departamento de Antropologia, assumiu a<br />
tarefa de reunir, pesquisar e organizar o rico acervo que,<br />
mais tarde, por volta de 1964, veio a formar o Museu de<br />
Antropologia do IJNPS. Os pesquisadores envolvidos nessa<br />
tarefa, desde 1959, foram René Ribeiro e Waldemar Valente<br />
[...] Significativa parte do acervo antropológico coligido<br />
pelos pesquisadores da Casa veio de coleções particulares 1 .<br />
Ou, como nos revelam os relatos abaixo, que citam<br />
a aquisição de acervo para a reposição do mobiliário<br />
da primeira sede própria do Instituto, na segunda<br />
metade da década de 1950:<br />
A casa estava vazia, necessitando de receber mobiliário<br />
adequado à sua nobreza de casarão do século XIX. Foram<br />
adquiridas 19 peças de mogno que haviam pertencido ao<br />
1. JUCÁ, Joselice. Fundação Joaquim Nabuco: uma instituição de pesquisa e cultura na perspectiva do tempo. Recife: Fundaj, Massangana, 1991, p. 90-91.<br />
48 • Revista MUSAS • 2016 • Nº 7