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Autonomia Versus Igualdade - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

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pela lei nova e, para a iniciada após 5/10/88, conta-se o prazo <strong>de</strong><br />

cinco anos, com o limite <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos,conta<strong>do</strong>s da cessação <strong>do</strong> contrato<br />

<strong>de</strong> trabalho 88 . Esse entendimento não se altera nem mesmo em<br />

caso <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nização material reclamada no processo <strong>do</strong> trabalho<br />

em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trabalho ou evento danoso a ele equipara<strong>do</strong>,<br />

ou <strong>de</strong> dano moral reclama<strong>do</strong> por ato ilícito <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>r<br />

ou <strong>de</strong> seus prepostos como <strong>de</strong>corrência da relação <strong>de</strong> emprego,<br />

durante ou após o rompimento <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> trabalho. É certo que<br />

parte da <strong>do</strong>utrina enten<strong>de</strong> que, nos casos em que o pedi<strong>do</strong> é <strong>de</strong> natureza<br />

civil, a sua prescrição se sujeita ao prazo <strong>do</strong> art.206, § 3º,V <strong>do</strong><br />

CC/2002, ainda que se trate, a partir da EC nº 45/2004, <strong>de</strong> competência<br />

material da <strong>Justiça</strong> <strong>do</strong> Trabalho 89 , mas o entendimento prevalente<br />

é o <strong>de</strong> que a CLT contém regra específica sobre a prescrição, não se<br />

aplican<strong>do</strong> nenhuma outra legislação subsidiária 90 . O mesmo fundamento<br />

serve às li<strong>de</strong>s em que se reclama in<strong>de</strong>nização por dano moral<br />

por uso <strong>de</strong> imagem <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>.<br />

CONCLUSÃO<br />

A imagem, como atributo indissociável da personalida<strong>de</strong>, é, em<br />

si, um direito moral que, se viola<strong>do</strong>, gera dano injusto e, pois,<br />

ressarcível. O uso <strong>de</strong>sautoriza<strong>do</strong> ou in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> da imagem <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong> gerar dano moral sempre que essa imagem seja associada<br />

a algum ato ou fato que contrarie os padrões médios <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> convívio social <strong>do</strong> emprega<strong>do</strong>, a aspectos instituticionais com os<br />

quais o retrata<strong>do</strong> não comungue ou ao uso <strong>de</strong> produtos notoriamente<br />

nocivos à saú<strong>de</strong>. O contrato <strong>de</strong> trabalho, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, e sem<br />

conteú<strong>do</strong> específico, po<strong>de</strong> prever o uso individualiza<strong>do</strong> da imagem,<br />

assim como po<strong>de</strong> o emprega<strong>do</strong> proibir o seu uso para fins comerciais,<br />

promocionais ou institucionais. O dano moral reclama<strong>do</strong> pelo emprega<strong>do</strong><br />

por uso in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>sautoriza<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua imagem não preci-<br />

88 SAYÃO ROMITA, A Prescrição <strong>do</strong>s Créditos Trabalhistas na Constituição, Ed. Folha Carioca,1989, p. 32/33.<br />

89 Para essa corrente, o elemento vital para a fixação da competência é a natureza <strong>do</strong> ilícito, e, nesse caso, o aci<strong>de</strong>nte<br />

<strong>do</strong> trabalho representa fato atípico à execução <strong>do</strong> contrato <strong>de</strong> trabalho, e inteiramente alheio à expectativa normal<br />

<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da relação <strong>de</strong> emprego. A vítima, fortuitamente emprega<strong>do</strong>, estará reclaman<strong>do</strong> uma reparação<br />

<strong>de</strong> danos pessoais sofri<strong>do</strong>s como pessoa, e não como trabalha<strong>do</strong>r subordina<strong>do</strong>.<br />

90 CF/88, art. 7º, XXVIII c/c CLT, art. 11,I e II.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 40, 2007<br />

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