14.04.2013 Views

Autonomia Versus Igualdade - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

Autonomia Versus Igualdade - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

Autonomia Versus Igualdade - Emerj - Tribunal de Justiça do Estado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

chefe da Casa Civil e <strong>de</strong>puta<strong>do</strong> fe<strong>de</strong>ral, que culminou na cassação<br />

<strong>do</strong> mandato <strong>de</strong> parlamentar e na suspensão <strong>de</strong> seus direitos políticos<br />

por 8 (oito) anos.<br />

A testemunha que fizer afirmação falsa, negar ou calar a verda<strong>de</strong><br />

perante a comissão <strong>de</strong> inquérito, estará incursa no art. 4º, inciso<br />

II da Lei 1.579/52 pelo crime <strong>de</strong> falso testemunho. Há certa polêmica<br />

no artigo 203 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong> Processo Penal: discute-se se a testemunha<br />

que não prestou compromisso <strong>de</strong> dizer a verda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

sujeito ativo <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> falso testemunho.<br />

A primeira corrente, li<strong>de</strong>rada por Heleno Cláudio Fragoso 26 ,<br />

sustenta que não comete crime a testemunha não compromissada,<br />

ou seja, as pessoas arroladas nos artigos 206 e 208 <strong>do</strong> Código <strong>de</strong><br />

Processo Penal. A segunda corrente, que encontra elementos em<br />

Nelson Hungria 27 , E. Magalhães Noronha 28 e Fernan<strong>do</strong> da Costa<br />

Tourinho Filho 29 , afirma que a testemunha não compromissada (informante)<br />

po<strong>de</strong> cometer o crime <strong>de</strong> falso testemunho.<br />

O artigo 2º da Lei 1.579/52 <strong>de</strong>termina que estão obriga<strong>do</strong>s a prestar<br />

<strong>de</strong>poimento o cidadão comum, as autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais, estaduais<br />

ou municipais. Contu<strong>do</strong>, a convocação <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s estaduais e municipais<br />

para prestarem <strong>de</strong>poimento sobre matéria <strong>de</strong> competência<br />

privativa <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s e Municípios é proibida, pois tal ato afrontaria o<br />

princípio fe<strong>de</strong>rativo. Além disso, o art. 146 <strong>do</strong> Regimento Interno <strong>do</strong><br />

Sena<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral veda a CPI sobre matérias atinentes aos Esta<strong>do</strong>s.<br />

Sob pena <strong>de</strong> infringir o art. 2º da Constituição da República,<br />

que consagra a separação e in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong>s Po<strong>de</strong>res, torna-se<br />

juridicamente impossível a intimação <strong>do</strong>s Chefes <strong>do</strong> Po<strong>de</strong>r Executivo<br />

e <strong>do</strong>s magistra<strong>do</strong>s para comparecerem como testemunhas ante<br />

uma CPI.<br />

Na CPI <strong>do</strong> Narcotráfico <strong>de</strong> 2000, <strong>de</strong>stinada a investigar o avanço<br />

e a impunida<strong>de</strong> <strong>do</strong> narcotráfico, uma Juíza <strong>de</strong> Direito foi<br />

convocada a <strong>de</strong>por a fim <strong>de</strong> questioná-la sobre o <strong>de</strong>ferimento <strong>de</strong><br />

26 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições <strong>de</strong> direito penal. 3. ed. V. III. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 1981, p. 509.<br />

27 HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal. 5. ed. V. IX Rio <strong>de</strong> Janeiro: Forense, 1958, p. 482.<br />

28 NORONHA, E. Magalhães. Direito penal. 15. ed. V. IV. São Paulo: Saraiva, 1978, p. 490.<br />

29 TOURINHO FILHO, Fernan<strong>do</strong> da Costa. Processo penal. 12. ed. São Paulo: Saraiva,1990, p. 282.<br />

Revista da EMERJ, v. 10, nº 40, 2007<br />

309

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!