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RTJ 199-2 (Fev-07)- Pré-textuais.pmd - STF

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R.T.J. — <strong>199</strong> 539<br />

trimestre de 2001 depois de queda de 1,3% no terceiro trimestre. Este crescimento<br />

foi sustentado essencialmente pelos gastos públicos, principalmente os gastos<br />

militares com a guerra no Afeganistão.<br />

(...)<br />

Como visto, o comportamento da taxa nominal de câmbio é que tem sido<br />

‘favorável’, relativamente aos cenários mais pessimistas, dando certa folga ao<br />

Banco Central. E este é o problema. A política monetária (se novos apertos de juros<br />

serão ou não necessários) está muito dependente do que vai acontecer com o<br />

câmbio no futuro. Este, por sua vez, depende não apenas do desempenho das<br />

exportações brasileiras, mas também do cenário externo (Argentina e EUA) e da<br />

liquidez mundial. Como as projeções do Banco Central, considerando-se juros<br />

constantes a 19% a.a., já apontam para uma inflação acima da meta central deste<br />

ano (que é de 3,5%), e as expectativas e mercado, que estão em 4,8%, aproximamse<br />

do limite superior da meta (5,5%), não parece haver muito espaço para a redução<br />

da taxa nominal de juros neste início do ano, como ficou claro com a decisão do<br />

Copom de janeiro de 2001 em mantê-la no patamar de 19% a.a.<br />

(...)” 33<br />

Observa-se que, muitas vezes, a política monetária está subordinada a condicionantes<br />

alheios à vontade das Autoridades Monetárias de seu próprio país, imagine<br />

então, no que concerne às regras estabelecidas no CDC.<br />

Um exemplo é o nível das taxas de juros praticadas em outros países.<br />

Se as taxas de outros países sobem, dado o mesmo nível de risco mundial, os títulos<br />

brasileiros tornam-se menos atraentes ao investidor.<br />

Em conseqüência, o Bacen deverá elevar os juros a patamares tais que evitem a<br />

fuga de capitais e a conseqüente desvalorização da moeda nacional.<br />

(Lembro que a Autoridade Monetária entende de não fixar regras de controle de<br />

capitais).<br />

Por conseguinte, uma desvalorização cambial poderia desencadear um processo<br />

inflacionário, uma vez que a desvalorização da moeda nacional faria com que os<br />

consumidores domésticos pagassem mais caro não apenas por produtos importados, mas<br />

também por aqueles que tivessem seus preços determinados no mercado internacional.<br />

Os fatores que permeiam a política macroeconômica de um país, entre eles a taxa<br />

de juros, são questões mutáveis no tempo.<br />

Como tal deve ter a flexibilidade adequada exigida pelas flutuações conjunturais<br />

e estar, portanto, subordinada ao órgão regulador e com competência institucional de<br />

implementar tal política.<br />

As instituições financeiras, especialmente os bancos e instituições de crédito,<br />

negociam basicamente com a moeda e crédito.<br />

33 O que esperar da política monetária brasileira em 2002? Pedro Garcia Duarte, revista Autor, Ano II,<br />

n. 8, fevereiro de 2002.

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