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RTJ 199-2 (Fev-07)- Pré-textuais.pmd - STF

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R.T.J. — <strong>199</strong> 577<br />

Em estudo de dezembro de 2005 31 sobre a composição do spread bancário no<br />

Brasil, a Fipecafi 32 mostrou a seguinte distribuição percentual:<br />

1 - Inadimplência - 13%<br />

2 - Despesas com pessoal - 10%<br />

3 - Despesas estruturais - 24%<br />

4 - Tributos - 8%<br />

5 - Custo de captação (juros aos aplicadores) - 36%<br />

6 - Lucro líquido - 9%<br />

Assumindo que a taxa de juros dos financiamentos é determinada pela Selic,<br />

adicionado um spread bancário, tem-se que:<br />

TJM = Selic + spread bancário<br />

Onde:<br />

TJM = taxa de juros de financiamento ao mutuário<br />

Tem-se, assim, que parcela significativa dos juros é determinada através da taxa de<br />

juros básica, estabelecida pelo Copom.<br />

Por isso, os juros não podem ser fixados de forma independente da política<br />

monetária do País.<br />

Ele é a base de toda a matemática de cálculo.<br />

Constata-se, assim, que a relação do banco com o poupador e o mutuário integra<br />

a política econômica, extravasando os limites da relação subjetiva.<br />

Na relação de consumo não há essa dimensão objetiva.<br />

Nesta — na relação de consumo — a proteção do consumidor é tomada individualmente.<br />

Relatório que analisa a política monetária do Brasil deixa claro que a taxa de<br />

juros é um instrumento de tal política.<br />

Constata-se desse Relatório, que a taxa de juros depende de inúmeras variáveis e<br />

que não pode ter seus limites fixados de forma dissociada da política macroeconômica.<br />

E aqui está, Ministro Pertence, a grande diferença: a de que, aqui, a regra constitucional<br />

fixava uma taxa de juros dissociada da política econômica, daí por que, durante<br />

todo o tempo, inclusive aquele no qual eu estive na Câmara dos Deputados, foi inviável<br />

produzir-se a lei complementar relativa ao Sistema Financeiro, porque não havia como<br />

casar essa situação.<br />

Lerei o Relatório de 2002, que mostra, numa leitura em 2006, que temos a visão<br />

das coisas.<br />

31 Dados publicados no jornal Valor Econômico, caderno Finanças, p. C1, de 13-12-2005.<br />

32 Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras.

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