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Drogas e opinião pública no Brasil: hegemonia da desinformação 99Um outro viés para nos aproximarmos dessas aparentes incoerências nodiscurso do senso comum proibicionista, e que talvez complemente o quadro,pode ser a respeito da informação que as pessoas dispõem para se posicionaremem relação às drogas. Mesmo que boa parte da população entrevistadadisponha de fontes de acesso sobre drogas ilícitas ou primárias, já quesão ou foram usuários, ou secundárias, já que conhecem usuários, no restanteelas se informam primordialmente através da televisão – como declaram75% dos entrevistados. Apenas 20% se informam pela Internet (e do totalde entrevistados 41% não utiliza Internet de maneira geral), e outros 10% e7% se informam predominantemente através de seus pais e líderes religiosos,respectivamente (p. 298).Uma das principais críticas ao proibicionismo é a de que ele não só nãoinibe o consumo como ainda faz com que este seja menos seguro, por nãoprover informação de qualidade e digna de crédito por parte dos usuários. Essafalta de informação, que pode em parte ser fruto da principal fonte, que majoritariamentenão prima pelo bom senso e pela profundidade (pelo contrário),fica bastante claro quando 26% das pessoas afirmam acreditar que crack e maconhasão igualmente consumidos no Brasil – 32% acreditam que o crack é adroga mais consumida; 25% acham que é a maconha; 19%, a cocaína; apenas14% e 9% reconhecem álcool e tabaco, respectivamente, como as drogas maisconsumidas, sendo que em verdade são as principais como indicam os dadosdisponíveis (p. 294).A falta de acesso à informação e reflexão de qualidade também pode serobservada na visão parcial, preconceituosa e generalizante que a maioria dosentrevistados demonstrou em relação ao consumo de drogas ilícitas. A maioriadas pessoas – nos grupos de discussão e na pesquisa quantitativa – demonstrouver o consumo de drogas numa chave completamente negativa, associando-oa doença, marginalidade, violência, fuga da realidade, analisando um fenômenocomplexo através de um viés bastante específico e limitado, além debem alinhado à cultura do medo (Glassner, 2003) que a mídia desinformantecostuma difundir.Se para 34% a principal motivação para o consumo seria a influência deamigos, a partir daí vemos uma série de fatores negativos elencados: a falta deestrutura familiar (28%), fraqueza de caráter (22%), fuga de problemas e en-

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