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106 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaviante do usuário de drogas, a qual permanece exótica à maioria da população,que não entende e desaprova a condução de tais comportamentos. Desde operíodo clássico, Xenofonte e Platão apontavam que o vinho não era mau oubom isoladamente, mas sim a maneira que deste faziam uso. Aqueles que seintoxicavam em demasia com o vinho acabavam sendo mal vistos pela sociedade.Os pensadores alertam que a prática de beber deveria, antes de qualquercoisa, permear a temperança. Temperança que foi subvertida e adotada pelasideologias religiosas e puritanas norte-americanas do final do século XIX paraser utilizada na campanha que culminou com a Lei Seca dos EUA. De 1920e 1933 os yankees proibiram o álcool em território nacional por interesse napreservação da família, tradição e propriedade. Neste curto período de tempohouve um derramamento de sangue inestimável, com gângsteres, personificadosna figura de Al Capone, guerreando para assumir o controle da produção,distribuição e locais de consumo de álcool nas grandes cidades americanas.Nesse trajeto além do fortalecimento da máfia, houve um aumento dos efeitoscolaterais em decorrência do uso ilícito do álcool que não deixou de existir.Relatos médicos da época apontam para sucessivos casos de cegueira e mortepor intoxicação ao metanol, álcool impróprio para consumo, mas um subprodutoda destilação clandestina com baixo controle de qualidade. Outrofato curioso advindo desta época é o único registro de uso injetável de álcoolna medicina. Estes e outros descalabros apontaram para qual caminho nãodeveríamos adotar para quaisquer outras substâncias que permeiam os hábitoshumanos. Infelizmente a história nos mostra novamente a repetição dos erros.Frequentemente o uso de drogas está associado ao racismo, pobreza, crime,violência e insanidade. A guerra às drogas fez com que houvesse uma personificaçãodas substâncias que são inertes em detrimento da desumanização dosseus usuários. Essa guerra foi posta em prática a partir de um discurso médico,que se origina com as drogas ativando poderosamente o circuito de motivaçãocerebral. Esta ativação tornaria o hábito em consumo desenfreado, mesmo emdecorrência de efeitos negativos ou maus comportamentos, chancelando a necessidadede intervenção sobre este tipo de comportamento e tutela social doEstado. Esse consumo desenfreado, em uma parcela da população, foi o moteembasado pelo conhecimento biomédico e referendado pelos legisladores paraproibirem algumas substâncias que provocavam o vício, essencialmente três:

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