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Proximidades e opiniões 23dependência são diversas e complexas, não havendo uma única hipótese paraela. A proibição e criminalização dos usuários, vítimas de preconceitos e estigmas,se mostram uma repetição dos erros cometidos nos EUA com a LeiSeca, que proibiu o álcool no território nacional e causou uma guerra entregangsteres e o fortalecimento da máfia, que tomou conta do mercado ilícito. Aconstituição do viciado como “figura mais aterrorizante”, contribui para a formulaçãode políticas públicas de combate à esse flagelo, cabendo a eles “o isolamentoe/ou extermínio, que já serviu em outras épocas para perseguir grupossociais ou raciais específicos como os hereges, leprosos ou gays no perío do doaparecimento da aids”. A discussão é extensa, sobretudo porque apenas 0,2%da população brasileira usa crack e 75% já tenha experimentado álcool, e só oprimeiro seja considerado, erroneamente, uma epidemia. Devemos, assim, reduziros danos, visto que a política de proibição causa mais danos que a própriasubstância. Além disso, deve-se buscar a não banalização do uso de qualquersubstância, para tratar a compulsividade e evitar que isso se torne problemapara os usuários. Portanto, “o importante é aceitar o fato que o ser humano usadrogas”, e a partir disso promover políticas e ações para que o indivíduo tenhae autocuidado e autonomia para optar por qual uso irá fazer.Cris Brites faz, em seu artigo, uma análise crítica com caráter histórico esocial da política de drogas brasileira em face da desigualdade social e da regressãode direitos decorrentes da mesma. Segundo a autora, a política de drogasse alimenta da cultura do medo e insegurança, que por sua vez justificam açõesemergenciais na saúde e repressivas no campo policial. O fato de, durante ahistória brasileira, as drogas terem sido tratadas de modo proibicionista, a suaineficácia potencializa o questionamento dessa política a partir da década de1980, muito embora não tenham surtido efeito sobre as ações higienistas e violentaspraticadas nos anos 1990 e início dos anos 2000, contra os usuários, emespecial os de crack. A perspectiva proibicionista, hegemônica, se espelha numautopia de um mundo sem drogas, e distingue substâncias legais e ilegais, gerandoa falsa ideia de que as proibidas são as mais prejudiciais, além de estimularum mercado ilícito relacionado com o tráfico de armas e lavagem de dinheiro.Essa perspectiva também estabelece, no campo ideológico, um inimigo comuma ser eliminado. A Guerra às Drogas fomenta ações truculentas direcionadasàs classes e segmentos sociais, “acentuando a criminalização da pobreza e dos

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