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162 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçacionais no decorrer do século passado, que culminaram na criação das trêsConvenções (1961, 1971 e 1988) responsáveis pela estrutura de regulamentaçãoe proibição internacional do uso e comércio de drogas psicoativas.No Brasil, o processo de “demonização” de determinadas substâncias psicoativasnão foi diferente. Antes da proibição, no início do século XX, era possívelobservar campanhas publicitárias veiculadas em jornais e revistas, que divulgavamos benefícios para as mães exauridas pelo acúmulo das tarefas domésticase maternas produtos com cocaína em suas fórmulas 2 . Longe de ser uma “drogaperigosa” e com propriedades que poderia levar a dependência, a cocaína eravista como um estimulante capaz de repor o ânimo às mães estafadas. Empleno vapor da modernidade da sociedade brasileira, estimulantes à base decocaína eram amplamente divulgados pelas indústrias farmacêuticas sob formade anestésicos locais ou como tônicos para dar mais energia. A produção de umdiscurso (pelo Estado e pela sociedade como um todo) nomeado de “problemasdas drogas” se dá na virada do século XX, período que coincide com o surgimentodas principais medidas de controle do uso da maconha no país.A centralidade do punitivismo no debate sobre drogasDurante décadas, observa-se que a solução punitiva em sua grande maioria éapresentada como a mais eficaz e imediata por grande parte das instituiçõesbrasileiras, desde as instituições judiciárias, médicas, religiosas, entre outras. Anaturalização da estratégia punitiva está ancorada em uma série de estratégiaspolíticas conduzidas por grupos com diversas orientações, que ficou conhecidacomo “guerra às drogas”.A “guerra às drogas”, política instituída pelo governo norte-americano apartir da segunda metade do século passado, pressionou a América Latinae especialmente o Brasil a instituir políticas de controle e extermínio do comérciode drogas, a partir de premissa que a diminuição da oferta reduziriaautomaticamente a demanda. O paradigma da “guerra às drogas” justificouuma guerra em níveis cada vez mais repressivos, tanto no âmbito jurídico com2Apresentação realizada por Gilberta Acselrad, coordenadora do Núcleo de Estudos das Drogas/Aidse Direitos Humanos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), no dia 24de junho de 2010, no Seminário Drogas e Cultura: Novas Perspectivas.

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