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154 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaderal e a sociedade brasileira relataram e agiram em função de uma epidemiade crack, que foi exacerbada pela mídia”, enquanto que, pelos dados existentes“entre estudantes, o consumo de crack não aumentou nas taxas propostaspela mídia brasileira”, concluindo que “o termo epidemia tem sido usado demaneira imprópria para representar a prevalência estática do uso de crack”. 11Para se comparar a percepção da população identificada na consulta é importanteanalisar os últimos dados encontrados pela Fiocruz na pesquisa realizadacom usuários de crack em condições de vulnerabilidade (Fiocruz, 2013),fonte atualizada fonte de dados epidemiológicos sobre drogas no Brasil 12 . Seuresultado estima que a população das capitais brasileiras e do Distrito Federalque consomem crack e similares de forma regular é de aproximadamente0,81%, enquanto a estimativa para o número de usuários de outras drogasilícitas (com exceção da maconha) é de 2,28% 13 , sendo que os usuários decrack correspondem a 35% dos consumidores de drogas ilícitas nas capitais. Ocrack, portanto, diferentemente da percepção dos entrevistados, não é a drogade maior consumo no Brasil.O que a Fiocruz demonstrou é que a maioria dos usuários de crack noBrasil é, na verdade, vulnerável, preto ou pardo, jovem (média de 30 anos),homem, solteiro (o que demonstra afrouxamento de laços familiares), combaixa escolaridade, poliusuário (mais de 80% dos usuários de crack tambémfazem uso de álcool e tabaco), que faz uso público da substância. Portanto,aquele que só se torna visível quando incomoda os demais nas vias públicas,ou quando a televisão mostra imagens de pessoas em situação de repugnânciasocial, como aconteceu de forma reiterada na preparação para os grandeseventos esportivos no país.Com ampla inspiração midiática, aliás, em 2010 foi editado o Decreto7.179/2010, que institui o “Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack”,11NAPPO, Solange Aparecida, SANCHEZ, Zila M., RIBEIRO, Luciana Abeid (2012). Isthere a crack epidemic among students in Brazil? comments on media and public healthissues. Cad. Saúde Pública [online]. 28 (9), pp. 1643-1649.12A chamada “Estimativa do Número de Usuários de Crack e/ou similares nas Capitais doPaís” foi lançada em 2013, coordenada por Francisco Inácio Bastos, em parceria com aSENAD.13Ou seja, aproximadamente 1.035.000 usuários.

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