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124 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçapsicoativas e da letalidade das ações policiais dirigidas à determinados segmentossociais.Assim, é somente em finais dos anos 1990 e início dos anos 2000 que odebate crítico sobre a Política de Drogas no Brasil ganha certa visibilidade epassa a ser considerado nos textos oficiais das políticas de saúde e de drogas.No entanto, essa herança progressista encontra um contexto bastante adversopara seu aprofundamento e consolidação no âmbito da política de drogas,pois se depara com a contrarreforma do Estado 9 , com a drástica redução deinvestimentos nas políticas sociais, frutos da implementação do receituárioneoliberal 10 entre nós.As mudanças operadas no capitalismo mundial pela reestruturação produtiva,pela precarização e flexibilização das relações no mundo do trabalho, pelocrescimento da desigualdade, pela contrarreforma do Estado e pelo aumentoda violência, jogam um peso devastador sobre as conquistas democráticas nocampo dos direitos sociais culturalmente reconhecidos, como saúde e educação,por exemplo, e no âmbito da política de drogas os efeitos são ainda maisperversos.É nesse contexto adverso que as abordagens críticas foram consideradasnos textos oficiais forjando consensos protocolares incapazes de frear as açõesviolentas, higienistas e segregadoras que matizam as políticas dos governosfederal e locais em todo o país em relação aos usuários de psicoativos ilícitos,recentemente de forma mais acentuada aos usuários de crack.Antagonismo veladoNo Brasil, o que convencionamos chamar de Política de Drogas resulta,programaticamente, da articulação de três instrumentos normativos: duas PolíticasNacionais, sendo uma Ministerial, e uma Lei Federal. A Política doMinistério da Saúde para Atenção Integral aos usuários de álcool e outras9BEHRING, Elaine Rossetti. Brasil em Contra-Reforma: desestruturação do Estado e perdade direitos. São Paulo: Cortez, 2003.10ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo(Org.). Pós-Neoliberalismo: As Políticas Sociais e o Estado Democrático. Rio de Janeiro: Paze Terra, 1995.

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