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Drogas e opinião pública no Brasil: hegemonia da desinformação 89(2004, p. 42), “o século XIX comportou tanto um grande desenvolvimento daquímica, propiciadora da sintetização de princípios ativos de inúmeras drogas,quanto o surgimento de grupos abstêmios radicais”. Durante a segunda me -tade do século, surgem e fortalecem-se grupos religiosos puritanos que “visavamcombater tudo o que aviltasse a moral protestante”. Excetuando- se ocafé, as outras drogas eram identificadas como “agressoras da América”.Rodrigues ressalta, no entanto, que o proibicionismo não pode ser resumidoapenas pela chave explicativa dos interesses geopolíticos estadunidensesdo início do século XX ou a partir da virada dos 1960 para os 1970, quandoRichard Nixon e Ronald Reagan aprofundam a chamada “guerra às drogas”.Mesmo que a proibição tenha se propagado a partir de interesses puritanos,políticos e econômicos dentro do país dominante na política global duranteo século XX, sua eficácia mundial não se explica senão pela conjugação destesinteresses dos Estados Unidos com os das elites locais de cada nação e dopróprio aparato estatal enquanto tal, interessadas no controle social das populaçõese de seus corpos.Para Thomas Szasz (2001, p. 83), uma importante particularidade do ordenamentoproibicionista é que através das leis o governo oferece ao cidadão proteçãonão contra uma agressão externa de outro indivíduo, mas proteção contraele mesmo, o que seria um dos motivos do “fracasso inerente à proibição”. Emsua Historia general de las drogas, Antonio Escohotado contrapõe as concepções“maligna” e “benigna” com as quais historicamente se analisou as chamadasdrogas. De um lado, a perspectiva da “bendição” (Escohotado, 2008, p. 13),lado no qual “no sólo están inumerables usos terapéuticos y lúdicos – todo lorelativo a la necesidad humana de euforia o buen ánimo –, sino progresos en elconocimiento que potencian dinámicas de aprendizaje y contribuyan a controlaremociones indeseables”. O horizonte seria uma exploração do “espaço interior”que alberga um psiquismo como o humano, supostamente desenvolvidoapenas em uma pequena proporção de suas capacidades.Por outro lado, estaria a visão da “maldição”, o rechaço da concepção acimadescrita somada a dois “inconvenientes” mais precisos e determinados: orisco individual de intoxicações agudas e crônicas e o perigo “de grupos queesquiven los estímulos y la indoctrinación común, formando contraculturas ofocos simplemente desviados con respecto a uso del tiempo y valores promo-

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