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Problematizando a “epidemia do crack” e a exploração do punitivismo 163o recrudescimento penal (Pinto, 2006) quanto no âmbito das práticas de controlesocial com atuação policial violenta e seletiva. O discurso da defesa socialé construído de forma a demonstrar que a proteção da ordem e do interessepúblico depende de forças institucionais e policiais atuantes no combate asdrogas e ao tráfico.Em meio a consolidação de uma lógica punitiva, os meios de comunicaçãodesempenharam um papel importante nessa mudança de percepção. NosEUA, por exemplo, como Mena (2009) aponta, de 1851 a 1900, na imprensanorte-americana havia apenas uma matéria de jornal que associava o termo“drogas” a “demoníaco”. Nos 40 anos subsequentes, período em que os primeirosacordos internacionais antidrogas se firmaram com força, a ocorrênciadesta associação aumentou em 30 citações. Entre 1940 e 1985, a relação caiupara nove citações, para ressurgir, no período de 1985 a 2009, com força total,contabilizando 1.504 artigos relacionando as palavras “drogas” e “mal”.Nessa perspectiva, observa-se a presença dos empreendedores morais( Becker, 2008) nos meios de comunicação social produzindo análises sobreos problemas sociais vinculados ao uso e tráfico de drogas. Com base em reportagensrealizadas nas ruas das grandes cidades e favelas/periferias do país,são apresentadas imagens de jovens pobres e decrépitos no varejo do tráfico e/ou utilizando drogas; “zumbis” do crack perambulando pelas ruas das grandescidades, jovens traficantes que dominam territórios com armamento pesado.Tudo isso permite que suas análises sejam orientadas pela observação diretados fatos narrados e dirija-se a uma avaliação moral desses problemas comoconsequência do abandono do Estado nas áreas pobres e facilitação para ocomportamento criminoso; o crime e o uso de drogas aparece como resultadoda ineficácia do controle estatal. A solução estaria no fortalecimento das instituiçõesde controle social e na higienização e ocupação dessas áreas peloEstado, além do fortalecimento do aparato de repressão das agências policiaise do sistema de justiça criminal.De acordo com Rolim (2006), há uma tendência dos meios de comunicaçãode divulgar eventos dramáticos (como um crime bárbaro ou uma cenachocante de violência) a partir de um tensionamento de sua singularidadecom as dimensões do particular e do universal. O que é apresentado comofato parece desejar emancipar-se de suas circunstâncias produtoras, e assim

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