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224 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaDrogas, proibicionismo e prevenção: análise da pesquisa“Percepções da opinião pública a respeito da questão dasdrogas no Brasil”Se, por um lado, muitos especialistas da área de drogas apontam a escola comoum lugar privilegiado para o trabalho de prevenção, por outro, a escola rebatedizendo que o trabalho de prevenção é mais uma tarefa, entre outras, que vemsendo atribuída indevidamente para a área de educação.O resultado mais conhecido desse conflito é que os projetos preventivosacabam não se concretizando no âmbito escolar. Nesta mesma direção, a pesquisade opinião pública sobre drogas feita pela FPA/RLS (2014) aponta que57% dos entrevistados qualificam a prevenção no Brasil como péssima e 24%,como ruim. Juntos, somam 81% da amostra (p. 306). Este dado ganha aindamaior relevância quando na mesma pesquisa é perguntado onde costumamobter informações confiáveis sobre drogas e apenas 7% indicam a escola oucom o professor, enquanto 75% se informam pela televisão (p. 298). Estesdados mostram que a escola não vem conseguindo dar conta da problemáticado uso de drogas e nem é reconhecida como um lugar importante para obterinformações sobre este tema.Porém, este conflito esconde algo da maior importância, que vem sendoignorado constantemente. Antes de propor um trabalho preventivo para a escola,é preciso rever quais são as bases (teóricas) que sustentam o nosso modelode prevenção, ou seja, o sentido de prevenir (da área de prevenção/saúde) seaproxima ou se distancia do sentido de educar (da escola/educação)?Estudos mostram (Sodelli, 2010a, Tavares-de-Lima, 2003) que quandoum projeto preventivo é desenvolvido em escola, a maioria destes está vinculadaao modelo de prevenção conhecido como proibicionista (“Diga Nãoàs Drogas”); aquele que compreende a abstinência como a única e melhormaneira de lidar com o uso de drogas. Assim, o principal objetivo é trabalharpara que as pessoas nunca consumam drogas. Este tipo de modelo preventivoutiliza a pedagogia do controle, quer dizer, dita quais são os comportamentoscorretos, seguros e desejados para seus alunos. Além disso, usa a instauraçãodo medo (perspectiva amedrontadora/terrorismo) como um dos principaismeios para informar os alunos, ressaltando apenas os aspetos negativos do usode drogas, como também, supervaloriza o trágico.

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