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226 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçapreconceito e da intolerância aos usuários destas substâncias. Uma das consequênciasdiretas disto é que as pessoas que utilizam drogas e não causamproblemas para a sociedade acabam se escondendo e negando o seu uso. Estefato deve-se, principalmente, ao medo dos usuários de serem estigmatizados.Deste modo, o conhecimento da população em geral sobre a relação do homemcom as drogas torna-se unilateral, fortemente influenciado pelo tipo derecorte da realidade feito pela mídia.No entanto, devemos perceber que este recorte feito pela mídia sofre umaespécie de filtro, ou seja, fala-se muito sobre os problemas das drogas ilícitas(maconha, cocaína etc.) e muito pouco em relação às drogas lícitas (álcool, tabacoetc.). Obviamente, um dos principais motivos está vinculado aos interesseseconômicos. É fácil perceber, por exemplo, o quanto seria economicamente prejudicialpara a mídia priorizar a discussão dos danos causados pelo uso nocivo doálcool, já que esta indústria é uma das maiores fontes de renda em propaganda.As pesquisas epidemiológicas apontam claramente que o álcool é de longea droga mais utilizada no Brasil, como consequência disto, o álcool é entreas substâncias psicoativas a que traz os maiores problemas na área de saúdepública. Porém, a opinião pública parece não conhecer esta informação.Na pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2014) quando questionados sobrequais são as drogas mais consumidas no Brasil os entrevistados apontam duasdrogas ilícitas; o crack e a maconha com o percentual de 26% cada, enquantosomente 14% apontam o álcool (p. 294).Nesta própria pesquisa os dados sobre consumo pessoal de drogas apontampara outra direção: 61% dos entrevistados já experimentaram álcool (p. 284);12% experimentaram maconha; 5% experimentaram cocaína e 2% experimentaramcrack (p. 287). Em outra pergunta sobre se o entrevistado tem contatocom dependente de drogas (lícitas ou ilícitas): 16% afirmam que têm contatocom dependentes de álcool e 8% com dependentes de outras drogas (p. 285).Vale ressaltar ainda que esta pesquisa indica que a percepção do risco emrelação ao uso de drogas também está distorcida e fortemente influenciadapela mídia. Quando perguntado sobre quais são as drogas mais perigosas o álcoolaparece somente em quarto lugar (9% dos entrevistados). O crack figuracomo o primeiro da lista (40% dos entrevistados), a cocaína em segundo lugar(22%) e a maconha em terceiro lugar (15%) (p. 295).

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