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Proximidades e opiniões 19Embora a maioria diga que o consumo tende a aumentar se as drogas fossemliberadas, apenas 1% disse que ampliaria seu consumo, 6% continuariamusando as mesmas substâncias e na mesma quantidade que consomem e quasea totalidade afirma que continuaria não usando nenhuma droga. O mito deque a regulamentação das drogas aumentaria o consumo, serve ao outro masnão se aplica ao consumo próprio.O conhecimento sobre as experiências adotadas em outros países, comoPortugal, Estados Unidos e Uruguai quanto a permissão para o uso de drogasem algumas situações, é de conhecimento de quase metade da populaçãobrasileira (45%, 37% não tinha conhecimento), mas não parece uma experiênciapossível no Brasil. Os grupos focais realizados logo após a legalizaçãono Uruguai, discutiram amplamente o processo e acreditam que a aplicaçãodo mesmo modelo ao Brasil não seria possível, uma vez que o Uruguai temcultura e hábitos diferentes e que a política e o governo uruguaios possuemuma postura menos corrupta, mais controlada. O exemplo do Uruguai servepara mais um questionamento sobre a falta de credibilidade nas políticas dogoverno brasileiro.O campo do debate está aberto. A possibilidade da exploração de argumentoscontra o proibicionismo pela via da saúde pública é viável. Criminalizadas,o acesso a saúde é prejudicado pela dificuldade de assunção da dependência ea consequente procura por tratamento; o acesso de pacientes ao uso de drogas,hoje ilícitas, como medicinal é bloqueado; justifica a baixa qualidade dosserviços públicos dirigidos aos usuários, fortalecendo o argumento moral dos“direitos humanos para humanos direitos”; fortalece a figura do traficante – dequem o usuário depende; barra a inserção dos usuários – estigmatizados – navida social e mercado de trabalho, uma vez que este comete um ato ilegal eimpede a sociedade de repensar a responsabilidade que lhe cabe no uso lúdicoe abusivo de drogas. Os avanços da sociedade brasileira nesse campo ainda sãotímidos e insuficientes para acabar com a violência gerada pelo tráfico.A publicação deste livro pretende discutir as drogas sob o ponto de vistaanti-hegemônico ao discurso da guerra às drogas. Para isso convidamos especialistase profissionais de diversas formações e diferentes setores da sociedadecomprometidos com a questão a refletirem sobre o conjunto de dados levantadospela pesquisa e analisar o consumo de drogas como uma prática social,

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