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230 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaEsta nova perspectiva (vulnerabilidade) não deve ser compreendida demaneira binária, unitária e estável. Isto quer dizer que, em uma mesma situação,estamos vulneráveis a alguns agravos e não a outros; o que pode nosdeixar vulneráveis sob um aspecto, pode nos proteger sob outro; estamossempre vulneráveis em diferentes graus e as dimensões e os graus de nossasvulnerabilidades mudam, constantemente, ao longo do tempo. SintetizamAyres e colaboradores (2003, p.134): “portanto, as pessoas não são vulneráveis,elas estão vulneráveis sempre a algo, em algum grau e forma, e numcerto ponto do tempo e espaço”.Vulnerabilidade e escola: novos desdobramentosA compreensão de que ninguém é vulnerável, mas está vulnerável, resultanteda dinâmica relação entre os componentes individuais, sociais e programáticos,provoca novas reflexões sobre a prevenção ao uso de risco e dependênciade drogas, particularmente, em relação a projetos desenvolvidos noâmbito escolar.Se entendermos que a vulnerabilidade não é algo estático e pontual, masdinâmico e contínuo, projetos preventivos pontuais, meramente informativos,terão resultados limitados. Os principais objetivos da prática preventivanão deveriam ser apenas de alertar as pessoas sobre algum problema específico,“mas também para que, além disso, respondam de forma a superar os obstáculosmateriais, culturais e políticos que os mantêm vulneráveis mesmo quandoavisados individualmente” (Ayres et al., 2003, p. 135).Nessa mesma direção, propor a implementação de projetos preventivos somentepara adolescentes, é negar o caráter construtivo e provisório do quadrode vulnerabilidade. Ora, considerar esta noção é reconhecer a importância depossibilitar para o aluno a construção de seu projeto de vida, ou em outras palavras,encorajar no aluno o poder de transformação, que estamos nomeandohoje como a possibilidade de construir sua plena cidadania. Torna-se evidente,então, que os projetos preventivos, que levam em conta a noção de vulnerabilidade,deveriam, preferivelmente, ser iniciados já na educação infantilou pelo menos no ensino fundamental I, para que percorresse toda a vidaestudantil até o final do ensino médio. Se, no enfoque educacional, confor-

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