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Proximidades e opiniões 25“inimigos públicos”, além do foco dado às cracolândias e ao uso do crack quese desdobra em dois eixos: o social, ao associar o crack com a violência, e oindividual, responsável pela degradação e destruição do usuário. Definindoassim o indivíduo, como incapaz de decidir por si próprio e alardeando sobreuma epidemia do crack, incentiva-se a prática de políticas públicas questionáveiscomo a internação compulsória. Dessa forma, a mídia aponta como aúnica forma de combate a repressão e criminalização desses sujeitos, dandobase a “uma abordagem médico-jurídica punitiva para a sociedade brasileiracomo única saída possível para a questão”.Maria Angélica de Castro Comis discorre sobre as políticas públicas adotadasna cidade de São Paulo, em sintonia com o programa federal “Crack:é possível vencer”. Com muitas dificuldades para atuar nas regiões da cidadeonde os usuários se concentram, a prefeitura interveio por meio do programa“De Braços Abertos”, buscando ampliar o vínculo de confiança entre os diferentesagentes e os moradores da região, trazendo uma nova maneira de lidarcom pessoas em situação de vulnerabilidade ao admitir a situação como umaquestão de saúde pública. O programa tem como um dos principais objetivos“promover a atenção integral aos usuários de substâncias psicoativas no SUS”,e embora ainda não existam resultados sistematizados, diversos profissionaisdo programa são capazes de perceber mudanças na vida dos usuários, como“mudanças no padrão do uso das substâncias, diminuição de ocorrências relacionadasà violência e procura por familiares ou regresso espontâneo para suascasas”, resultado de uma política pública não-repressiva, mas acolhedora e querespeita os direitos individuais dos usuários.Em seu artigo, Paulo Mattos avalia o uso de drogas, principalmente oda cannabis medicinal, e a influência da legislação internacional no Brasil.A cannabis, substância ilícita mais consumida no mundo, é cada vez maisinserida no âmbito medicinal devido às suas propriedades terapêuticas, ampliandoo debate sobre o tema. Embora a opinião pública se preocupe como aumento do consumo e da violência a partir de uma possível regulamentação,há uma boa parte que considera como falida a atual política de repressão,abrindo espaço para a discussão. Como nenhuma lei internacionalproíbe o cultivo para fins medicinais e científicos, e sim estabelecem regraspara tal, torna-se incoerente que restrições de órgãos reguladores como a

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