10.07.2015 Views

3rslkEbYP

3rslkEbYP

3rslkEbYP

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Problematizando a “epidemia do crack” e a exploração do punitivismo 169modo, sua centralidade discursiva contribui para a construção do imagináriosocial em torno das “cracolândias”, como espaços sem ordem social ou pública,pobres, “terras de zumbi”, lugares perigosos e mal frequentados. De certomodo, a dinâmica de uso na região central da Luz conferiu alguns elementosque contribuíram para solidificar esse imaginário e, pela ilustração mais fiel,transformou-se no local para as primeiras coberturas jornalísticas. O blog dojornal O Estado de São Paulo, por meio do ensaio fotográfico “Cracolândia:Tráfico Solto”, de 10 de outubro de 2012, ilustra significativamente a seleçãode imagens associadas às matérias de cobertura sobre o tema. 6De modo recorrente, observa-se que as matérias jornalísticas se direcionampara dois grandes eixos relacionais, no coletivo/social-crack e expansão daviolência; e no individual-drogas e destruição. São frequentes manchetes quedestacam essa associação, como por exemplo: “Na zona rural de São Paulo, ocrack já substitui álcool e violência cresce”; Especialista liga sistema de vendado crack com aumento da violência no país” 7 . Para além da discussão se houveou não uma expansão do uso do crack, a contínua exposição do crack e dosuposto “aumento do consumo”, com o abuso de imagens altamente dramáticasde usuários em situação de “final de linha” fez com que o Estado brasileirofosse pressionado pela opinião pública para uma solução “definitiva” do problemaque produzia um clima de insegurança e desconforto entre a população.Em um primeiro momento, alavancado pelas pressões de diversas ordens, osgovernos estaduais e federal partiram para a fórmula tradicional de enfrentamentodesses problemas. Embora o discurso da saúde estivesse presente, era“preciso cuidar das pessoas”, a orientação repressiva e punitiva fez parte tantodas estratégias de saúde quanto esteve presente nas ações de segurança pública,através de ações que combinavam internações forçadas (compulsórias) parausuários e uma forte estratégia de repressão para acabar com as “cracolândias”.6O Estado de São Paulo. Disponível em . Acesso em 15 out. 2015.7O Estado de São Paulo 08 de Nov de 2011. Disponível em: . Acesso em 14 jun. 2014. NOVAES, Marina. Portal R7 Noticia. 09 de maiode 2010 Disponivel em: .Acesso em 14 jun. 2014.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!