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Drogas: no Congresso ena sociedade, um debatenecessárioPaulo TeixeiraNão raro, o senso comum esconde razões que o afasta do que seria o bomsenso. O senso comum torna-se, então, uma crença, não raro destituída deracionalidade. Substitui-lo pelo bom senso é tarefa que cabe ao partido político,e isso apenas acontece quando uma ação, racional e orgânica, conseguedeslindar os interesses que teceram as convicções populares e colocá-los à luzdo dia. O trabalho de convencimento, de ganhar a opinião pública por meiode argumentos, é aquele que transforma o senso comum em bom senso.Esses conceitos do pensador italiano Antonio Gramsci ilustram de formacristalina o que acontece hoje com o debate sobre política de drogas. O sensocomum impôs vetos irracionais à discussão de formas alternativas de tratamentoda grave questão de saúde pública, que é o abuso de drogas psicoativas.Se uma ação política de vanguarda, própria dos partidos políticos, não recolocaresse debate em outros termos, o Brasil continuará refém de um processocontínuo de alimentação de violência, doenças e mortes.A interdição do debate é a razão fundamental do congelamento de umarealidade catastrófica: quanto mais rigor as leis impõem ao tratamento do tráficode drogas, mais elas alimentam o ciclo de violência inerente ao comércioilícito. E mais se escamoteia o fato de que violento não é o usuário de drogas,mas o narcotráfico.

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