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Dilemas sobre as dependências de substâncias 105indivíduo fazia o uso da substância; e o lapso, ou um contato súbito com asubstância em que o indivíduo apresentou a compulsividade pregressa. Esselapso pode desencadear o que clinicamente é denominado por relapso, descritocomo o momento que o indivíduo abandona a abstinência e retoma o usoda substância da mesma forma e padrão de consumo que havia deixado antesde manter-se abstêmio.Não há uma hipótese conceitual única que abarque toda a complexidaderelacionada à genealogia da dependência de drogas. Inúmeras teorias buscamexplicar o motivo pelo qual uma menor parcela da população que consomesubstâncias ou pratica compulsivamente comportamentos motivadores, sofreem decorrência deste comportamento. As explicações permeiam da clínica médicaà espiritualidade. Porém, há um consenso quando as características da dependênciasão multifatoriais e embasadas nas características biopsicossociais doindivíduo. De acordo com os fatores biológicos, podemos pensar na hereditariedadegenética e epigenética, nas alterações neurobiológicas como a plasticidadeneuronal cerebral, no tipo da substância utilizada, no metabolismo de depuraçãohepática destas substâncias, nas características individuais do sistema relacionadoao estresse e de resiliência a este. Esta diversidade biológica se une aosfatores contextuais e psicossociais como: quantidade e modo de administraçãoda substância, vulnerabilidades e carência de outras necessidades para além dasdrogas, ambiente de uso e as pessoas que compartilham deste uso, relações familiares,situações de miséria, violência física, sexual e psicológica em diferentesetapas da vida, sobretudo na infância, grandes traumas, privação de motivadoresnaturais que poderiam distrair a gana do sujeito pela substância, mostrando agrande complexidade do assunto e apontando para a importância de um debaterespeitoso, lúcido e não maniqueísta no momento em que abordamos atemática de uso, abuso ou dependência de substâncias. Deve-se fundamentar oapoio e cuidado sempre com o foco no indivíduo, dando a atenção necessária ecustomizada para cada pessoa que faz o uso ou abuso de substâncias, pois nesteuniverso a abordagem que contemple a escolha e participação do indivíduo, eque entenda quais os reais problemas deste tipo de uso poderá auxiliar o sujeitoa tratar-se daquilo que conjuntamente foi identificado como um problema.Usuários de substâncias sofrem estigma e preconceito há tempos. HowardBecker em seu livro Outsiders aponta uma construção social da carreira des-

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