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Drogas, prevenção e as ações redutoras de vulnerabilidades 227É muito interessante notar que mesmo que o entrevistado tenha algunsconhecimentos que poderiam fazê-lo pensar diferente do que a mídia apresentasobre o uso de drogas, quando questionada, a população acaba seguindo asinformações/conhecimentos que a mídia dita.Esta contradição aparece quando cruzamos dois outros tópicos da pesquisa.Quando perguntado o que aconteceria se as drogas fossem permitidas:67% dos entrevistados afirmam que aumentaria muito o consumo de drogas,58% que aumentaria a violência e 55% a corrupção (p. 309). Por outro lado,quando perguntado o que o entrevistado faria se as drogas fossem permitidas:91% afirmam que continuariam não usando nenhuma droga e apenas 1%usaria novas drogas (p. 310).Infelizmente, a área de prevenção ao uso de risco e dependência de drogasnão vem conseguindo contribuir para diminuir estas contradições. É interessantenotar que, em vez de se configurar como uma real possibilidade deaproximação entre o professor e o aluno, revelando-se como uma nova viade contato afetivo, os projetos preventivos ao uso nocivo de drogas que sãoinfluenciados pelo modelo proibicionista, ao que parece, acabam criando oclima inverso, um ambiente estéril e distante (Sodelli, 2010a).Vale dizer ainda que, considerando que o modelo proibicionista tem comoobjetivo acabar com as drogas no mundo e sempre manter as pessoas abstinentes,a atuação do educador no trabalho preventivo só pode se desdobrarem duas alternativas: ou ele assume um trabalho de repressão na escola (tarefamilitar), ou assume um trabalho de tratamento (tarefa médica). Nos dois casos,este modelo acaba afastando a possibilidade de integração entre a funçãode ser educador com a função preventiva do professor.A noção de vulnerabilidade surge como uma nova perspectiva de compreensãodo trabalho preventivo. Entre outras coisas, ela resgata a autênticavocação da área preventiva: reduzir vunerabilidade por meio de ações educativas-reflexivas.Isto quer dizer que a partir do momento que trabalhamosa prevenção via as “ações redutoras de vulnerabilidade” torna-se evidente aíntima relação entre o sentido de prevenir e o sentido de educar. A noção devulnerabilidade possibilita o professor trabalhar a prevenção dentro do seucampo de atuação, sendo verdadeiramente educador.

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