10.07.2015 Views

3rslkEbYP

3rslkEbYP

3rslkEbYP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

168 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaNessa junção entre o surgimento de novas práticas criminosas, o tensionamentodas disputas territoriais, a intensificação das disputas pelos domíniosterritoriais e o aumento dos homicídios decorrentes destes confrontos, associadoa uma cobertura por vezes com forte viés sensacionalista – por meio daexposição repetitiva de imagens com forte apelo emocional – que violência,até então um termo difuso usado pela imprensa para qualificar uma sorte deações, passa a se personificar na figura do traficante. Não significa dizer que acentralidade da violência e, consequentemente do traficante, é produzida únicae exclusivamente pelos meios de comunicação. Porém, ao selecionarem determinadoscursos de ação criminosa e rotulá-los como violência urbana, os profissionaisde jornalismo contribuem, juntamente com outros atores (a polícia,a justiça etc) para a construção de um “inimigo público número difuso” (Silva,2010), que demanda das autoridades respostas institucionais do Estado.“Epidemia do crack” – O desafio de ir além do que se vêNos últimos cinco anos, o uso do crack adquiriu centralidade no debate públicoe midiático sobre drogas. Num primeiro momento, foi através das reportagensfeitas na “cracolândia” de São Paulo que o Brasil tomou conhecimentosobre o crack, o uso e seus personagens – os usuários de droga. Gradativamente,o crack se expandiu pelo território nacional e outras “cenas de uso”passaram a ser descobertas e amplamente divulgadas pelos principais meiosde comunicação.Basicamente, as reportagens televisivas e impressas seguem um roteiro previsível.Situações dramática de uso são captadas e veiculadas, onde aparecemimagens de pessoas sob os efeitos químicos da droga associado a situaçõesde extrema pobreza, onde muitas vezes as condições físicas e de higiene sãoprecárias. Esse tipo de reportagem engendra explicações de causa e efeito, entrecrack-miséria-perda de controle/autonomia-violência. Independente dodebate médico científico a respeito do tema, os efeitos no imaginário socialpela repetição dessas cenas constantes desencadeou efeitos diversos. Vejamosalgumas coberturas específicas.São Paulo, alçada como a primeira “cracolândia” do país, localizada naregião central da cidade, esteve nos noticiários por alguns anos e, de certo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!