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Política de Drogas no Brasil: usos e abusos 121Como se sabe, tal perspectiva dá sustentação à política de “Guerra às Drogas”conduzida internacionalmente pela hegemonia estadunidense. Influi sobre osPactos e Convenções Internacionais em relação às drogas ao longo do séculoXX e sistematicamente sobre a opção dos países signatários na condução desuas políticas nacionais, ainda que com diferentes matizes.A emergência, consolidação e reprodução da hegemonia do proibicionismoatravessam contextos nacionais e internacionais bastante distintos politicamente,bem como articulam motivações diversas: cruzadas morais orientadaspelo puritanismo estadunidense (final do século XIX e primeiras décadasdo século XX), guerra fria (final da segunda Guerra Mundial até a queda domuro de Berlim), governos ditatoriais (no caso latinoamericano ao longo dosanos 1960, 1970 e 1980), reaberturas democráticas (no caso brasileiro, nadécada de 1980) e guerra ao terrorismo (a partir do 11 de setembro de 2001) 4 .A força hegemônica de tal perspectiva, portanto, tem se mostrado funcionalà sociabilidade capitalista, suplantando conjunturas políticas diversas econhecimentos científicos cujos resultados supostamente serviriam para ferirmortalmente suas convicções.No Brasil, especialmente a partir da década de 1980 do século passado, oproibicionismo tem sido questionado em suas formulações e resultados. Ganhamdensidade teórica e certa visibilidade pública as abordagens sobre o usode psicoativos que reconhecem a complexidade do fenômeno, incorporandotanto a perspectiva biopsicossocial quanto as análises sobre as determinaçõeseconômicas, políticas e culturais que incidem sobre as particularidades históricasda relação dos indivíduos sociais com as diferentes substâncias psicoa-4Data do ataque da organização Al-Qaeda aos Estados Unidos da América. Dois aviõescomerciais sequestrados pela organização atingiram as torres do World Trade Center,em Nova Iorque, um terceiro atingiu o Pentágono e um quarto avião se dirigia à CasaBranca e supostamente caiu pela intervenção de passageiros e tripulantes. As respostasdo governo norte-americano de George W. Bush ao atentado de 11 de setembro incluíram:invasão do Afeganistão, recrudescimento da vigilância interna sobre os imigrantes;rigidez para conceder vistos de entrada à estrangeiros aos Estados Unidos da Américae a publicação da Lei de 2001, conhecida como Patriot Act, que legitima o governoestadunidense a realizar invasões, espionagens, interrogatórios e torturas de suspeitos deterrorismo, sem direito à defesa ou julgamento. A invasão do Iraque, em 2003, e Líbia,em 2012, são exemplos dessa política.

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