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144 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçapouco, ou nada, informa sobre o assunto, sendo que 38% dos entrevistadosdizem se informar com seus colegas sobre o tema, 10% com a mãe, 9% como pai e apenas 7% recebem informações sobre drogas de professores ou naescola (p. 298).Diante desse quadro, considera-se que essa compreensão equivocada darealidade social que envolve o consumo de drogas (tanto lícitas como ilícitas)é fruto da bem-sucedida “campanha publicitária” proibicionista, iniciada noinício do século XX, para convencer a população de que a intensa repressãoe a política da “guerra às drogas” seriam as melhores opções para lidar comproblemas decorrentes do abuso no consumo de certas substâncias.Na realidade, a estratégia proibicionista baseia-se na imposição de controlepenal sobre o uso e a venda de drogas rotuladas como ilícitas, por meio deum discurso moralista, baseado na alegada necessidade de proteção da saúdepública. Tal distinção entre drogas lícitas e ilícitas se deu por pura conveniênciapolítica, sem avaliação empírica ou científica dos riscos de cada substânciaa ser controlada. No entanto, na linha oposta à política oficial atual,estudos recentes apontam para uma total incongruência na escala de riscosentre drogas consideradas lícitas e ilícitas (Nutt, 2007). Ao contrário de umsistema que deveria ser baseado em evidências de danos e riscos à saúde, omodelo proibicionista se funda em preconceitos e presunções pouco afeitas aquestionamentos e verificações concretas.Assim, a opinião pública de forma geral, acata e apoia o modelo repressivode controle de drogas atual, que se sustenta em dois fundamentos básicos: ofundamento moral e o fundamento sanitário-social. Destaque-se que a proibiçãorepousa justamente sobre a premissa da supressão da oferta por meio dainterdição geral e absoluta de todo o uso, comércio e produção de determinadassubstâncias, que passaram a ser previstos como crime e sancionados compena de prisão pela criação de leis internas baseadas em tratados internacionaisde controle de drogas (Boiteux, 2006).Para entender melhor a política de drogas atual e as percepções da opiniãopública brasileira mapeada na referida pesquisa, se mostra necessário compreendercomo se construiu a estratégia proibicionista que sustenta esse sistema atual.O discurso punitivo que fundamenta o modelo considera a proibição comoopção primordial para se lidar com os presumidos malefícios de determinadas

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