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156 Drogas no Brasil – Entre a saúde e a justiçaPortanto, verifica-se que a opinião pública se baseia no aspecto simbólico,na lei, e não na possibilidade concreta desta alterar comportamentos, ou naimplementação efetiva de políticas públicas eficientes. Segue a política do sensocomum, na linha da proibição, da criminalização, tanto do usuário comodo traficante como uma estratégia inquestionável para atingir os fins de reduçãodo consumo. Em essência, é dada ampla responsabilidade à Justiça paralidar com usuários e traficantes de drogas, como se a polícia, ou os operadoresdo direito, tivessem condições de dar uma resposta eficaz para o problema.Porém, a realidade mostra que as políticas deixam para segundo plano as respostasnão penais, muito mais adequadas, e priorizam as políticas repressivas,que recebem apoio integral da mídia. O fato é que especialmente a televisão,por meio do apelo à emoção e de imagens simbólicas (des)informa a grandemaioria da população.Por outro lado, a atuação governamental, ao assumir a posição paternalistae adotar políticas públicas oscilantes que parecem não ter quaisquer efeitos emrelação a números, padrões e tipos de uso/usuários – especialmente usuáriosde crack, sobre os quais a maior parte da atenção estatal tem recaído nos últimostempos (Boiteux e Pádua, 2014)–, tem se pautado nessa opinião públicamal informada pela mídia, ao reproduzir, na sua política, mais do mesmodiscurso proibicionista que não gerou resultados positivos, ao invés de investirem alternativas com possibilidades de alcançar melhores resultados.Considera-se, a partir desta constatação, que a aparente contradição verificadanas respostas dos entrevistados representa não só o fato de que agrande maioria dos brasileiros tem perfil conservador, mas especialmentedemonstra a falta de acesso desses entrevistados, assim como a populaçãobrasileira em geral, a informações seguras e confiáveis sobre drogas, o queleva à aceitação acrítica de uma política de drogas equivocada e incapazde dar a resposta que eles esperam. Em nossa avaliação, a opinião públicabrasileira (e possivelmente mundial) reage de forma emocional ao problemadas drogas retratado na mídia não por acaso, mas sim por não ter acessoa informações e evidências concretas sobre prevenção, efeito das drogas etratamento (muitas das informações que circulam nesses meios não são verdadeiras)o que dificulta ainda mais a discussão sobre alternativas ao modeloatual. Para transformar essa realidade, destacamos a importância do papel

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